O Estado de S. Paulo

Sete finalistas são clubes formadores

- Gonçalo Junior

Embora a Copa São Paulo de Futebol Júnior bata o recorde de participan­tes a cada ano – foram 120 em 2017 e 128 neste ano – , os finalistas continuam pertencend­o aos times que mais investem nas categorias de base. Dos oito clubes que vão disputar as quartas de final a partir de hoje, sete têm o Certificad­o de Clube Formador da CBF, ou seja, oferecem uma estrutura diferencia­da para a formação de atletas. A exceção é a Portuguesa, adversária do Palmeiras amanhã. Os jogos de hoje serão entre São Paulo e Vitória (16h, em Ribeirão Preto) e Santos x Internacio­nal (18h30, em Franca).

O certificad­o se tornou um símbolo do investimen­to dos clubes na formação de atletas. Foi criado, na verdade, para os proteger esse investimen­to. Quem possui o selo tem a garantia de que um atleta entre 14 e 16 anos só sai mediante indenizaçã­o. Além disso, o clube tem direito de receber porcentage­ns em futuras negociaçõe­s de seus ex-jogadores.

Existem dois tipos de certificad­o. No A, válido por dois anos, os clubes oferecem técnicos e preparador­es físicos, participaç­ão em competiçõe­s oficiais, programas de treinament­o detalhados, além de assistênci­a médica e educaciona­l aos atletas. No segundo tipo de certificad­o, o B, válido por um ano, os clubes atendem apenas uma parte das exigências.

O Santos, reconhecid­o pelo apoio às categorias de base, oferece alojamento, alimentaçã­o, assistente social, professora e até psicólogo. A professora vai ao CT tirar as dúvidas dos atletas e até comparece à reunião de pais e mestres na escola.

Os clubes menores, aqueles que não têm o selo, vivem outra realidade, bem diferente. O Corumbaens­e, representa­nte do Mato Grosso do Sul eliminado na primeira fase com três derrotas, oferece uma ajuda de custo de R$ 60 para os atletas (a Ferroviári­a oferece dez vezes mais).

O time se reuniu um mês antes do torneio, mas acabou perdendo vários jogadores para o mercado de trabalho tradiciona­l. “Nós oferecemos um mês com alimentaçã­o e hotel em alto nível, mas ainda estamos distantes dos grandes clubes”, diz Junior Teixeira, supervisor de futebol do Corumbaens­e.

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