Filha de Woody Allen reafirma ter sido abusada
Dylan Farrow quer saber por que as denúncias contra seu pai não impedem que ele consiga novos contratos para filmar
Dylan Farrow, filha adotiva de Woody Allen e Mia Farrow, que revelou ter sido assediada sexualmente por seu pai quando tinha 7 anos, em 1992, em carta divulgada em 2014, voltou a fazer a afirmação em sua primeira entrevista após expor os fatos.
Em entrevista ao programa CBS This Morning, que vai ao ar nesta quinta, 18, a jovem, que agora tem 32 anos, garante dizer a verdade. “Estou dizendo a verdade e acho importante que as pessoas percebam que uma vítima, uma acusadora, importa. E que são suficientes para mudar as coisas”, afirmou.
Quase quatro anos depois de publicar uma carta aberta no jornal The New York Times na qual relatava os abusos sofridos por parte de seu pai, Dylan se uniu ao movimento nos EUA para revelar assédios, que começou com as acusações contra o produtor Harvey Weinstein.
Nas últimas semanas, Dylan esteve muito ativa no Twitter, desde que mostrou seu apoio às mulheres que denunciaram assédio e também a seu irmão Ronan, um dos responsáveis por revelar esse escândalo sexual com investigações para a revista New Yorker. Na entrevista, Dylan deixa claro seu desejo de responsabilizar Woody Allen pelos atos: “Por que não deveria querer derrubá-lo? Por que não deveria estar irritada e ferida? Por que não deveria sentir uma espécie de indignação por ter sido ignorada e não ter me encontrado por todos esses anos?”.
“Tudo o que posso fazer é contar a minha verdade e esperar que alguém acredite em mim em vez de só me escutar.”
A acusação de Dylan Farrow contra seu pai foi revelada originalmente em 1992, em meio à tumultuada separação do ator e diretor e de sua então mulher, Mia Farrow, que ganhou nos tribunais a guarda dos filhos. Allen, que então tinha mais de 50 anos, havia iniciado nessa mesma época uma relação com outra filha adotiva de Farrow, Soon-Yi Previn, de 19 anos e com quem se casou em 1997.