Julgamento de ex-presidente terá transmissão pelo YouTube
TRF-4 havia comunicado que exibição da sessão seria interna; grupos pró e contra petista farão atos em Porto Alegre
O julgamento do recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a condenação na Lava Jato no caso do triplex no Guarujá (SP), no dia 24, será transmitido pelo YouTube, diferentemente do que foi informado, na semana passada, pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4). A audiência já mobiliza movimentos pró e contra Lula na capital gaúcha e manifestações estão programadas para a próxima semana.
Inicialmente, apenas jornalistas, na sala de imprensa, e envolvidos na sessão – advogados, desembargadores e membros do Ministério Público – assistiriam a uma transmissão interna no TRF-4. Mas, segundo a assessoria de imprensa do Tribunal, “em casos excepcionais, por decisão dos julgadores”, a transmissão pode ser autorizada.
O principal ato público dos movimentos de esquerda será no fim da tarde de terça-feira, quando são esperadas mais de 200 caravanas do interior do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, para uma marcha. Os organizadores esperam reunir mais de 50 mil pessoas na chamada “esquina democrática”, perto do Mercado Público de Porto Alegre.
“Será uma marcha pacífica e organizada em defesa da democracia e contra a condenação sem provas do ex-presidente Lula. Queremos mostrar que aqui se pratica a democracia e denunciar a gravidade do que está acontecendo na Justiça, que insiste em condenar sem provas”, disse Claudir Nespolo, uma das lideranças da Frente Brasil Popular.
Discrição. Já os grupos favoráveis à condenação de Lula têm optado por manifestações mais discretas. O Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua espalharam pela cidade cerca de 30 outdoors pedindo “Lula na cadeia”. Na véspera do julgamento, um ato está sendo convocado para o Parque Moinhos de Vento, o Parcão.
“Vai ser um evento pequeno, já que consideramos e avaliamos que um evento grande poderia implicar questões de segurança. Será um ato de apoio ao TRF4 e à Justiça, para que continuem fazendo o seu trabalho e que não se tolere ameaças ou intimidações”, afirmou Iria Cabreira, uma das coordenadoras do Vem Pra Rua gaúcho.