Alvo da PF, ATS tem mais desafios para ‘nova bolsa’
Ao se tornar alvo da operação Pausare da Polícia Federal (PF), que investiga desvios no Postalis (fundo de pensão dos funcionários dos Correios), a ATG, dona da ATS, tende a encontrar dificuldades adicionais para levar em frente o projeto da “nova bolsa” no Brasil. Isso porque, no dia 1º, os sócios da ATG/ATS foram alvo de busca e apreensão no âmbito da operação: Arthur Pinheiro Machado, Martin Cohen e Francisco Gurgel do Amaral Valente, ex-sócios da Ágora Corretora, vendida ao Bradesco em 2008. A ação da PF tem por base as representações do regulador dos fundos de pensão, a Previc, junto ao Ministério Público Federal (MPF), que decretou intervenção do Postalis em outubro do ano passado.
» Vida que anda? Em paralelo, a ATS tem em curso no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um inquérito administrativo no qual acusa a B3, fruto da fusão da BM&FBovespa com a Cetip, de inviabilizar o projeto da nova bolsa. Além disso, há um procedimento de arbitragem ativo, por conta de determinação do Cade, no âmbito da aprovação da fusão. Após esse processo, ficou determinado que sejam definidos preço e condições para o acesso de um novo player à infraestrutura da B3. Procurada, a ATG diz “que cumpre todas as obrigações derivadas dos investimentos realizados pelo Postalis” e afirma que está “à disposição das autoridades para prestar todo e qualquer esclarecimento sobre suas atividades”. Destaca, por fim, seu “comprometimento com o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro”. Procurado, o Cade informou que não comenta processos em andamento, ainda pendentes de análise.
» Contra. Um movimento dos acionistas minoritários da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) começa a surgir contra a proposta feita pela EDP Brasil para adquirir até 32% do total dos papéis preferenciais da companhia, por R$ 27,00 por ação. Apesar de a classe de ação ser diferente, a exigência do grupo é que o valor oferecido seja ao menos o mesmo que foi pago à Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil no ano passado, quando adquiriu 14,5% da empresa por R$ 230 milhões, ou seja, cerca de R$ 41 por ação ordinária. Atualmente, a ON da Celesc está em R$ 30,00 e a preferencial, próxima de R$ 27,00.
» Barganha. A visão dos minoritários é de que o poder de barganha está do lado deles. Como o número de conselheiros da companhia cairá de 13 para 11, por conta da Lei das Estatais, a EDP precisará de quatro conselheiros para conseguir influenciar na gestão da Celesc, ou seja, precisaria da vaga que hoje pertence aos preferencialistas. No entanto, nos bastidores, a EDP entende que não está definido quais acionistas perderão vaga no colegiado, ou seja, ela pode ficar com quatro assentos. A OPA, para ocorrer, ainda depende da aprovação da compra das ações da Previ pela Previc, regulador dos fundos de pensão. Procurada, a EDP não comentou.
» Em prol dos pequenos. O Bradesco foi o líder no ranking de repasses do BNDES em 2017. Com R$ 5,9 bilhões em desembolsos, foi o agente financeiro com o maior volume 14,1% em participação de desembolsos no período. Desse total, o Bradesco também aparece no topo dos repasses para as micro, pequenas e médias empresas, com R$ 4 bilhões.
» Pechincha. A região da Faria Lima segue como o endereço mais caro para locação de escritórios de alto padrão em São Paulo. O preço pedido por metro quadrado ao mês, segundo a consultoria imobiliária Cushman & Wakefield, fechou 2017 em R$ 133,7. Na segunda colocação está a Avenida Juscelino Kubitschek, com R$ 132,5, seguida por Itaim (R$ 120,00) e Vila Olímpia (R$ 109,1).
» Fermento. O Banco Modal mudou de andar no prédio em que já atuava, na Vila Olímpia. A troca para um espaço maior, de 2.000 m², é reflexo da expansão de sua plataforma de investimentos para pessoa física, o Modalmais, e o lançamento de seu banco digital. Só o Modalmais está triplicando o número de funcionários, de 70 para 210. Até o fim deste ano, a meta é também triplicar o volume em custódia para R$ 12 bilhões e a carteira de clientes para 300 mil.
» Rumo à Rússia. Em linha com a estratégia de oferecer um marketplace completo ao viajante, a Smiles fechou parceria com a Agaxtur para disponibilizar os pacotes montados pela agência de viagens para a Copa do Mundo. As vendas já começaram. São opções a preços que variam de 4,5 mil euros a 28,2 mil euros, com retorno de 10 milhas para cada dólar gasto. Os pacotes incluem hospedagem, traslados, guia brasileiro e o direito de adquirir os ingressos da Copa - a compra dos ingressos não renderá milhas. Para o diretor presidente da Smiles, Leonel Andrade, esse é o primeiro piloto de uma “possível parceria grande” com a Agaxtur.