BNDES desconhece declarações
A Odebrecht diz que colabora com a Justiça. O BNDES informa desconhecer teor das declarações. A defesa de João Santana e Mônica Moura diz que eles já falaram à Justiça. Instituto Lula, PT e presidência da Venezuela não se manifestaram.
• Andrade Gutierrez A empresa informou por nota que “apoia toda iniciativa de combate à corrupção, que visa a esclarecer fatos ocorridos no passado”. “A companhia assumiu esse compromisso público ao pedir desculpas em um manifesto veiculado nos principais jornais do país e segue colaborando com as investigações em curso dentro do acordo de leniência firmado com o Ministério Público Federal. A empresa incorporou diferentes iniciativas nas suas operações para garantir a lisura e a transparência de suas relações comerciais, seja com clientes ou fornecedores, e afirma que tudo aquilo que não seguir rígidos padrões éticos será imediatamente rechaçado pela companhia.” • Odebrecht A Odebrecht respondeu com um texto padrão. “A Odebrecht está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua. Já reconheceu seus erros, pediu desculpas públicas, assinou acordo de leniência com autoridades de Brasil, EUA, Suíça, República Dominicana, Equador, Panamá e Guatemala, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas.” • Mônica Moura e João Santana Breno Brandão, advogado do casal, disse que tudo que os clientes têm a dizer “consta dos arquivos da Justiça, alguns trechos, inclusive, já tornados públicos até em vídeos que estão na internet”. • BNDES
Em nota, o BNDES disse desconhecer o teor das declarações e documentos citados e informou que a parcela de bens e serviços financiada da obra da linha 5 do metrô de Caracas representou 9% do projeto total, sendo o restante “proveniente do governo venezuelano e de financiamentos de instituições financeiras europeias e chinesas”. E ressaltou que “desembolsa os recursos no Brasil, em reais, à empresa brasileira exportadora, conforme a exportação seja realizada e comprovada”. • Lula, Martins, Dirceu e o PT O Instituto Lula foi questionado sobre as declarações de João Santana, mas não respondeu. A assessoria do PT disse que “o partido adotará medidas judiciais cabíveis contra os que levantam falsas acusações em troca de benefícios penais e financeiros, em negociações espúrias com os agentes da Lava Jato”. Franklin Martins e José Dirceu não responderam às tentativas de contato. • Venezuela Contactada, a presidência venezuelana não se manifestou. Américo Mata não foi localizado, assim como o ex-funcionário da Odebrecht Fernando Migliaccio. Maximilien Arvelaiz, Jorge Rodríguez, Elías Jaua e Jesse Chacón não responderam aos contatos. / COLABORARAM LUIZ RAATZ E MURILLO FERRARI