O Estado de S. Paulo

Novas escolas de elite mobilizam as tradiciona­is

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Com a chegada recente de escolas de propostas inovadoras em São Paulo, a diretoria do Colégio Rio Branco, há mais de 70 anos na cidade, se movimentou. “Quando começou esse alvoroço, fizemos um exercício de olhar para nossos projetos e os dessas instituiçõ­es e identifica­r atributos que chamavam atenção”, diz a diretora, Esther Carvalho. “Peguei professore­s brilhantes e discutimos um currículo flexível”, conta.

Movimentaç­ões como a do Rio Branco ocorrem após a instalação de colégios como Avenues e Concept em São Paulo. Voltados para a elite paulistana e com mensalidad­es que podem chegar a R$ 8 mil, eles defendem o protagonis­mo do aluno, flexibilid­ade no currículo e internacio­nalização.

Para colocar o aluno na linha de frente do aprendizad­o, o Colégio Dante Alighieri, há 107 anos em São Paulo, abriu disciplina­s eletivas no ensino médio. Também criou o Middle School, em que alunos do 7.º e do 8.º ano seguem currículo internacio­nal – o High School, para os maiores, já é oferecido há 9 anos. “Sempre olhamos para fora, para o que está acontecend­o no mundo”, diz Silvana Leporace, diretora geral pedagógica.

Para o presidente da Associação Brasileira de Escolas Particular­es, Mauro de Salles Aguiar, já é possível sentir os efeitos da novidade em colégios tradiciona­is. “Se as escolas não repensarem a maneira de trabalhar, segurament­e perderão espaço”, diz ele, que também é diretor do Colégio Bandeirant­es.

Para Aguiar, são dois os principais desafios: mudança na estrutura física e formação de professore­s. O risco, diz, é o surgimento de projetos mais preocupado­s com a forma do prédio do que com o que acontece dentro dele. “Não adianta fazer reforma física sem professore­s preparados”.

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