PF aponta superfaturamento de R$ 559 milhões
Relatório da Polícia Federal de 335 páginas enviado à 10.ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal no ano passado apontou superfaturamento de R$ 559 milhões nas obras do Mané Garrincha. Segundo a PF, foram cometidos os crimes de peculato, corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa durante a construção do estádio. O valor inicial previsto para a obra do Mané Garrincha era de R$ 600 milhões. O custo final, no entanto, ficou em R$ 1,57 bilhão.
A Polícia Federal deflagrou a Operação Panatenaico e chegou a prender, em maio de 2017, os ex-governadores do Distrito Federal José Roberto Arruda (foto) e Agnelo Queiroz e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli, que ocupava o cargo de assessor do presidente
Michel Temer e acabou exonerado. Os três foram soltos. Ao todo foram indiciadas 21 pessoas, entre funcionários públicos, advogados e executivos de empreiteiras. Entre os indícios de corrupção encontrados pela Polícia Federal estão várias fotos de maços de dinheiro, tabelas de pagamento, comprovantes de passagens aéreas, planilhas referentes à obra antes mesmo do lançamento da licitação e e-mails obtidos nos celulares dos investigados. A operação foi deflagrada com base em delações de executivos da construtora Andrade Gutierrez, empreiteira responsável pela construção do Mané Garrincha, em um consórcio junto com a empresa Via Engenharia.
O nome da operação é uma referência ao Stadium Panatenaico, sede dos Jogos Panatenaicos, competições realizadas na Grécia antiga, antes dos Jogos Olímpicos. A arena é considerada uma das mais antigas do mundo.