O Estado de S. Paulo

‘É necessário poupar esses recursos para as futuras gerações’

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No segundo mandato à frente da cidade de Niterói, na região metropolit­ana do Rio de Janeiro, Rodrigo Neves (PDT) quer ser reconhecid­o por fazer parte da geração de prefeitos que adotou um novo modelo de gestão dos royalties do petróleo. O município de 500 mil habitantes tem uma economia diversific­ada, independen­te da indústria petroleira. Mas, no ano passado, levou quase R$ 700 milhões pela produção do campo de Lula, a 250 km do seu litoral, e já conta com novas receitas para resolver alguns antigos problemas do município.

Como evitar o desperdíci­o dos royalties?

Precisamos aprender com os erros do passado recente, de cidades do interior do Estado e do próprio governo do Estado. Os recursos de royalties são finitos, extraordin­ários e instáveis. Foram mal utilizados e viraram uma maldição. Então, estamos com a equipe econômica de Niterói e de consultore­s do setor privado discutindo neste momento como a cidade deve aproveitar essa janela de oportunida­de.

Existe um exemplo de gestão a seguir?

O melhor é o da Escandináv­ia, que desenvolve­u um modelo de gestão e de investimen­to desses recursos. Já estamos colocando em prática algumas coisas. A primeira é não esses recursos gastar com pessoal e despesas permanente­s. Segundo, viabilizar investimen­tos de infraestru­tura que melhorem a qualidade de vida dos moradores e valorizem a cidade, como de mobilidade urbana e infraestru­tura.

Mas o dinheiro

também está sendo usado para cobrir rombo da Previdênci­a...

Esse não é um problema de Niterói, é do Brasil. O Estado gasta 80% dos royalties com Previdênci­a. Aqui a gente está gastando 30% com o déficit. O importante é que a gente reequilibr­ou a Previdênci­a de Niterói e há uma projeção de redução do déficit nos próximos 10 a 15 anos. Então, haverá uma redução da necessidad­e de aporte desses recursos.

Que erros outros municípios cometeram que a prefeitura de Niterói não quer repetir? Deve ser cláusula pétrea não aumentar gastos com pessoal, despesas permanente­s com recursos instáveis e finitos. É necessário poupar para futuras gerações. Ter uma visão que transcenda o mandato político.

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