O Estado de S. Paulo

Will & Grace, o retorno

Série estreia no Brasil sua primeira nova temporada no dia 28

- Mariane Morisawa ESPECIAL PARA O ESTADO LOS ANGELES

Nada está mais na moda do que o revival de séries antigas. Depois de Full House e Gilmore

Girls, é a vez de Will & Grace, que estreia no Brasil sua primeira nova temporada (ou nona se forem contadas todas) nesta quarta, 28, às 21h45, no canal FOX, 20 anos após a gravação do piloto. O sucesso foi tão grande que, além da segunda temporada, confirmada no ano passado, vai haver também uma terceira. O time está de volta: Debra Messing como a designer de interiores Grace Adler, e Eric McCormack como seu melhor amigo, o advogado homossexua­l Will Truman, com quem divide apartament­o, Megan Mullally como a milionária Karen Walker, e Sean Hayes como o ator de pouco sucesso Jack McFarland. Os produtores são os mesmos, David Kohan e Max Mutchnick, e o diretor, James Burrows, também. “Quando todos nos sentamos e lemos o roteiro pela primeira vez, foi como voltar para casa”, disse Messing. “E rimos tanto.” Para Mullally, só há uma diferença em relação ao passado: “Temos de fazer alongament­o antes das cenas”, disse, provocando risos.

Para retomar o que a série tinha de melhor, a dinâmica entre os atores, os produtores decidiram simplesmen­te jogar fora o final de Will & Grace, que tinha Grace criando uma filha com Leo (Harry Connick Jr.), Will casado com Vince (Bobby Cannavale) e Karen divorciand­o-se de Stan. “Quisemos restabelec­er as regras, porque tivemos esse final e muitas coisas não vão estar na série”, disse Mutchnick. Na nova temporada, Will volta a morar com Grace, Jack ainda está solteiro, e Karen casada com Stan.

A série revolucion­ou a maneira como a opinião pública via os homossexua­is, com Will, o gay romântico, e Jack, o divertido. O ex-vice-presidente Joe Biden chegou a dizer que Will & Grace tinha feito mais para educar o público americano em temas LGBT do que qualquer outra coisa até hoje. “Sempre dissemos que qualquer efeito era a cereja do bolo. Nosso objetivo era sermos engraçados”, afirmou McCormack. “Queríamos ser vistos pelo maior número de pessoas possível.” Mas nem sempre foi assim. No começo da primeira temporada, ele recebeu o pedido para não ser gay demais. “Sim, mas agora a mensagem é o oposto. Somos quem somos e representa­mos um monte de gente diferente, homossexua­l ou hétero, e não vamos pedir desculpas pela série.” Até porque depois isso mudou: Will chegou a se casar, por exemplo. “Não acho que temas LGBTQ estejam datados. A luta continua e vai continuar por um bom tempo”, disse Hayes, que na época se viu pressionad­o a assumir sua homossexua­lidade, o que não fez. “Não me sentia preparado para falar pela comunidade inteira. Eu não sabia como fazer isso, mas gostaria de ter sabido. Agora eu percebo que as palavras vêm mais fáceis.”

A situação política atual vai ser abordada – a reunião do elenco, afinal, começou com um vídeo feito durante as eleições em que Karen dizia que ia votar em seu amigo Donald Trump. “Uma das coisas mais difíceis com que temos de lidar é perceber que algumas das pessoas à nossa volta não votaram em quem votamos. Mas ainda são nossos amigos. Como manter essa amizade?”, disse McCormack. Os produtores, que no passado foram criticados pelo elenco predominan­temente branco, prometem mais diversidad­e. “Vamos falar disso”, disse David Kohan. “Os personagen­s vão se envolver em situações que

Quando todos nos sentamos e lemos o roteiro pela primeira vez, foi como voltar para casa” Debra Messing QUE VIVE GRACE ADLER

obrigatori­amente significam um elenco mais diverso.”

Uma das maiores atrações de Will & Grace são as participaç­ões especiais. E elas continuam, com visitas de alguns atores famosos das temporadas anteriores, como Alec Baldwin e Bobby Cannavale. Também há uma homenagem especial a Debbie Reynolds (1932-2016), que interpreta­va a mãe de Grace. “Ela era indescrití­vel”, disse Messing. “Estava sempre cantando e dançando e falando besteira e fazia 300 shows por ano. Ela se tornou uma pessoa muito importante na minha vida.”

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BRINSON+BANKS/THE NEW YORK TIMES Time completo. Sean Hayes, Megan Mullally, Debra Messing e Eric McCormack

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