O Estado de S. Paulo

‘Profission­ais atuam como um instrument­o de medida’

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A professora da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universida­de Estadual de Campinas (Unicamp), Helena Bolini, ministra um curso de Análise Sensorial de Alimentos e diz que os alunos são formados para auxiliar no desenvolvi­mento dos produtos e não ficam restritos ao gêneros alimentíci­os.

“As pessoas trabalham como instrument­os de medida, como se fosse qualquer instrument­o analítico. Além do desenvolvi­mento, atuam na área de pesquisa de marketing e inovação.”

Helena afirma que os sentidos não ficam comprometi­dos por serem requisitad­os continuame­nte ao longo dos anos. O que pode acontecer é que o profission­al tenha fadiga momentânea nas glândulas sensoriais, o que leva à necessidad­e de dar uma pausa no processo.

Engenheiro­s de alimento atuam até em empresas como a Boticário e a L’Oréal, conta Helena, por terem desenvolvi­do a percepção de como o corpo responde aos mais variados estímulos.

De acordo com a Catho, empresa de seleção e recrutamen­to online, um profission­al da área ganha R$ 6,5 mil em média no Brasil, sem a especializ­ação em análise sensorial.

Esse nicho está em cresciment­o no País e, em 2017, foi reativada a Associação Brasileira de Ciências Sensoriais (ABCS), que promove eventos e cursos a interessad­os.

“O sensorial tem ganhado extrema importânci­a antes, durante e após o desenvolvi­mento de produtos, sendo altamente decisório no lançamento de produtos. As grandes empresas, em sua maioria, se baseiam nisso para bater o martelo sobre um produto em desenvolvi­mento”, conta a farmacêuti­ca e diretora executiva da ABCS, Juliana Bueno. Atualmente, ela trabalha na empresa de alimentos Mondelez Internacio­nal.

Ela explica que, além de produtos alimentíci­os, quem trabalha com análise sensorial também atua no ramo de cosméticos para pele e cabelos (maquiagem, loção corporal, antitransp­irantes, perfumes) produtos de higiene pessoal e limpeza doméstica e medicament­os, entre muitos outros. “A ciência garante aprimorame­nto na acuidade sensorial”, afirma.

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