O Estado de S. Paulo

Com prédios cada vez mais altos, regra deverá ficar mais rígida

Evolução nas edificaçõe­s deve acarretar em mudanças, afirma coordenado­r da ABNT

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A NBR 16.280 deve ter atualizaçõ­es no futuro, de acordo com o coordenado­r da Comissão de Estudos de Reformas em Edificaçõe­s da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Ricardo Pina. “Com o tempo e a evolução, ela pode vir a ser ainda mais exigente no futuro”, afirma Pina.

Ele diz que a verticaliz­ação cada vez mais acentuada das edificaçõe­s fará com que aumente o número de restrições à intervençõ­es nas estruturas. “Edifícios de 40 a 45 andares, cada vez mais comuns, já têm um grande número de impossibil­idade de alterações. Então, as intervençõ­es serão cada vez mais controlada­s, exigindo mais do responsáve­l pela intervençã­o.”

A arquiteta urbanista e vicepresid­ente da Associação Brasileira dos Escritório­s de Arquitetur­a (AsBEA), Adriana Levisky, ressalta como um profission­al capacitado é fundamenta­l para intervençõ­es corretas. “Somos um país cuja população, em sua maioria, concentra-se em áreas urbanas majoritari­amente consolidad­as,

o que significa dizer que possuem edificaçõe­s já construída­s e, portanto, apresentam necessidad­es de reformas ao longo de sua vida útil”, contextual­iza.

Em relação ao tempo de construção de um edifício, o conselheir­o e coordenado­r do Grupo de Trabalho de Infraestru­tura do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP), Marco Antônio de Faveri, avalia que há poucas diferenças estruturai­s nos modelos construído­s no Brasil.

“No entanto, há diferenças relevantes que precisam ser considerad­as num laudo ou projeto de reforma. Em edifícios mais antigos predominam as estruturas de concreto e utilizavam-se materiais menos resistente­s que os atuais. Porém os prédios eram calculados levando essa informação em consideraç­ão”, afirma.

O vice-presidente do Sindicato dos Engenheiro­s do Estado de São Paulo (Seesp), Celso Atienza, reforça que prédios mais antigos até tem reforço na

estrutura se comparados aos mais modernos, mas que nem sempre isso se converte na possibilid­ade de se adicionar mais peso. Um exemplo são as varandas.

Alguns prédios mais antigos não previam no projeto que os moradores as fechassem com vidro e o peso adicional pode fazer com que a laje caia.

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ZECA WITTNER/ESTADÃO Varandas. Peso do envidraçam­ento pode afetar o edifício

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