‘É necessário se diferenciar no mercado e ter bom plano’
Entusiasta de projetos na área da educação digital, Nakagawa diz que esse é o caminho para se desenvolver um país
Qual é o cenário de negócios de educação no País?
O segmento tem crescido muito no Brasil. Grandes universidades internacionais estão comprando universidades brasileiras. No modelo tradicional, a educação tem sido um bom investimento no País.
E no modelo virtual?
Startups que adotam esse modelo estão crescendo ainda mais em função do impacto social que causam. Elas oferecem projetos que empoderam os alunos e os valores cobrados são mais acessíveis e dão oportunidade para estudantes que não têm condições de estudar em escolas elitizadas.
Existem muitos negócios surgindo na área?
Gosto de citar o mapa de impacto social e ambiental feito pela Pipe Social (vitrine de negócios que conecta startups com investidores). Eles mapearam 579 negócios e identificaram que 38% dos projetos são na área de educação. Realmente, existe a necessidade de ampliar o acesso à educação, por ela ser a base para as melhorias sociais. As startups juntam a necessidade de educação com a questão da escala, porque usando a internet podem atingir mais pessoas.
Aula online é mais atraente?
Sim, porque foge da forma tradicional de ensino com livros e aulas dadas por professores. As startups têm linguagem jovem, o que faz com que o público
se identifique com o serviço. Elas usam muita gameficação, um misto de jogos e prêmios. Os alunos aprendem e ao mesmo tempo têm uma experiência legal.
Como entrar no segmento?
É sempre é necessário ter um bom plano de negócio. O empresário também deve se diferenciar no mercado, por isso, deve pesquisar muito bem o que existe no mercado, não só no Brasil como no exterior.
É preciso buscar ajuda?
O empreendedor nunca consegue saber de tudo, por isso é bom buscar apoio de uma incubadora, aceleradora, profissionais mais experientes, ou investidor anjo que também o ajude no planejamento e gestão.
Como divulgar o negócio?
É preciso participar de eventos voltados às startups e de todas as oportunidades de prêmios nacionais e internacionais. Essas são formas de dar visibilidade ao projeto. Mesmo que não ganhe prêmios, vale pela chance de apresentar seu projeto e obter retorno dos jurados, para ter outras visões do projeto e fazer os ajustes necessários. É importante participar do macro ambiente para aprender mais.
É preciso ter aprovação do MEC?
Somente se tiver como proposta o ensino formal ou a emissão de certificados.
Qual é a sua avaliação sobre esse tipo de negócio?
Sou entusiasta desses projetos, porque é por meio da educação que se desenvolve um país. Temos o exemplo da Coreia do Sul, que investiu na educação e conquistou grande desenvolvimento em 30 anos. Nesse caso, a iniciativa foi do governo. No Brasil, o incentivo tem vindo de investidores. Que bom que eles entendem a educação como o futuro.