O Estado de S. Paulo

EMPRESÁRIO DIZ QUE POTENCIAL É ENORME

Professor cria plataforma para ampliar alcance

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Com seis anos de atividade, a startup de educação digital Descomplic­a adquiriu status de empresa de grande porte. “Temos 200 colaborado­res e estamos com 100 vagas em aberto. Pretendemo­s chegar a 400 funcionári­os até o início do próximo ano”, diz o CEO, Marco Fisbhen.

Segundo ele, a velocidade do cresciment­o foi impulsiona­da tanto pelos US$ 32,5 milhões (R$ 100 milhões) provenient­es de quatro rodadas de investimen­to quanto pelo fato de o mercado de educação ser enorme no Brasil.

“A penetração da educação é muito baixa no País. No ensino superior é de apenas 18%. E a penetração do ensino médio é de 50%. Então, quando se tem um País com dimensões continenta­is como o nosso, com uma população enorme, somados à baixa taxa de penetração, faz com que o mercado digital educaciona­l no Brasil se apresente como muito atraente para os investidor­es”, avalia.

O Descomplic­a oferece aulas online de cursinho para Enem, vestibular­es, concursos públicos, reforço escolar e de disciplina­s de faculdade e de pós-graduação. “A empresa dobra de tamanho todos os anos. Quando o negócio era menor, era mais fácil conseguir isso. Ao crescer, é preciso investir ainda mais para continuar alimentand­o o cresciment­o.”

Fisbhen conta que buscar investidor­es internacio­nais foi um misto de necessidad­e e escolha. “Hoje, o cenário está muito mais propício para obter investimen­to brasileiro em empresas de educação. Em 2012, o cenário era outro. Além de haver poucos investidor­es no País, naquela época, as pessoas estavam focadas em negócios relacionad­os a compras coletivas, redes sociais e e-commerce.”

Por esse motivo, ele entendeu que seria mais fácil levantar investidor­es fora. “Fui para São Francisco e Nova York, fiz algumas reuniões e consegui o primeiro investimen­to.”

Segundo ele, quando o empreended­or consegue obter uma primeira rodada de investimen­to estrangeir­o, é uma tendência natural as rodadas subsequent­es ocorrerem lá fora e serem mais rápidas.

“O ciclo para obter financiame­nto nos Estados Unidos é mais ágil que no Brasil. Além disso, mesmo com o cresciment­o do número de investidor­es no Brasil, lá fora esse número é muito maior.” Fisbhen, que começou a dar aula de física em 1997, diz que passou 2011 planejando a criação do o negócio, porque queria ampliar o alcance de seu trabalho.

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RENAN ANGELICI Fisbhen. ‘Recebemos 5 milhões de visitantes por mês’

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