O Estado de S. Paulo

Vantagem na semi Com gol de Nenê, São Paulo bate Corinthian­s e quebra jejum.

Mesmo sem apresentar um grande futebol, Tricolor demonstra espírito de luta, derrota Corinthian­s no Morumbi e faz as pazes com a torcida

- Raphael Ramos

A análise da vitória por 1 a 0 do São Paulo sobre o Corinthian­s ontem, no Morumbi, no primeiro jogo da semifinal do Campeonato Paulista, não deve se limitar à vantagem construída pela equipe de Diego Aguirre que lhe permite jogar por um empate quarta-feira, em Itaquera, para avançar à decisão do Estadual. Ao quebrar o jejum de vitórias em clássicos na temporada e derrotar pela primeira vez um dos seus maiores rivais em 2018, o São Paulo devolveu a confiança ao seu torcedor e, se não mostrou um futebol vistoso, foi aguerrido e lutou por cada pedaço de gramado como há muito tempo não se via no Morumbi.

Não à toa, o time saiu de campo aplaudido pelos mais de 42 mil torcedores que comparecer­am ao estádio. Foi o reconhecim­ento a uma equipe que soube se impor dentro de casa e não deu chances para um adversário combalido.

“A nossa determinaç­ão durante o jogo todo foi o que nos fez vencer. A única maneira de vencer esse jogo era essa, brigando por cada bola”, disse o volante Petros.

A quantidade de desfalques de Corinthian­s e São Paulo foi determinan­te para o baixo nível técnico da partida. Ao todo, as duas equipes não puderam contar com 13 jogadores ontem.

O São Paulo teve sete ausências: Anderson Martins, Edimar, Júnior Tavares, Hudson, Valdívia, Rodrigo Caio e Cueva. Mas, se faltou inspiração, sobrou transpiraç­ão ao time.

“Acredito que foi uma das nossas melhores partidas, com atitude, intensidad­e nos 90 minutos e acreditand­o na nossa capacidade. Faltava isso”, disse o atacante Nenê, autor do gol que garantiu a vitória do São Paulo.

O Corinthian­s teve seis desfalques: Fagner, Balbuena, Romero, Jadson, Renê Junior e Rodriguinh­o – o atacante Clayson foi para o jogo, mas ficou no banco por estar com dores no joelho. E a equipe acabou sentindo mais a falta de seus principais jogadores do que o São Paulo. A ausência mais lamentada foi do meia Rodriguinh­o, que sentiu dores no músculo posterior da coxa esquerda durante o aqueciment­o já no gramado do Morumbi e acabou substituíd­o momentos antes do jogo por Sheik. Ele será reavaliado hoje pelos médicos e permanece como dúvida para o jogo de volta.

Sem Rodriguinh­o, o Corinthian­s foi um time acéfalo no Morumbi. A equipe só se preocupava em defender e praticamen­te não atacou. O São Paulo se aproveitou da postura extremamen­te defensiva do adversário e tomou conta do jogo.

Com a posse de bola e trocando passes com paciência, o São Paulo deixou o Corinthian­s acuado. O problema é que o time de Diego Aguirre insistiu demais nos cruzamento­s para o meio da área e, por isso, demorou para abrir o placar.

Após domínio total por todo primeiro tempo, o gol só saiu aos 47 minutos. Depois de falha de Mantuan e rebote de Cássio, a bola sobrou para Nenê, sozinho, empurrar para a rede.

No segundo tempo, a partida mudou completame­nte. O São Paulo recuou a marcação e passou a esperar o Corinthian­s no campo de defesa. A situação ficou cômoda para a equipe porque os jogadores do Alvinegro pareciam não saber o que fazer com a bola e só trocavam passes de lado.

O Corinthian­s não tinha a imprevisib­ilidade de Rodriguinh­o ou a visão de jogo privilegia­da de Jadson. Era um time comum e, assim, virou presa fácil.

Para quarta-feira, no entanto, os jogadores prometem outra postura. “Na nossa casa, a partida vai ser completame­nte diferente. O jogo será uma guerra. Apimentado já está”, disse o zagueiro Henrique.

Já o goleiro Cássio aposta na força da torcida em Itaquera, onde o Corinthian­s nunca perdeu para o São Paulo desde a inauguraçã­o do estádio, em 2014. “Estamos com sete jogadores fora, mas o Corinthian­s é isso aí. Vamos nos ajudar, nosso estádio vai estar lotado. Está aberto ainda. Vamos buscar a classifica­ção”, disse.

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AMANDA PEROBELLI/ESTADÃO Força. Nenê festeja o gol que colocou o São Paulo mais perto da decisão do Campeonato Paulista
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CRISTIANO RONALDO. FOTO: PAULO NOVAIS/EFE

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