Vantagem na semi Com gol de Nenê, São Paulo bate Corinthians e quebra jejum.
Mesmo sem apresentar um grande futebol, Tricolor demonstra espírito de luta, derrota Corinthians no Morumbi e faz as pazes com a torcida
A análise da vitória por 1 a 0 do São Paulo sobre o Corinthians ontem, no Morumbi, no primeiro jogo da semifinal do Campeonato Paulista, não deve se limitar à vantagem construída pela equipe de Diego Aguirre que lhe permite jogar por um empate quarta-feira, em Itaquera, para avançar à decisão do Estadual. Ao quebrar o jejum de vitórias em clássicos na temporada e derrotar pela primeira vez um dos seus maiores rivais em 2018, o São Paulo devolveu a confiança ao seu torcedor e, se não mostrou um futebol vistoso, foi aguerrido e lutou por cada pedaço de gramado como há muito tempo não se via no Morumbi.
Não à toa, o time saiu de campo aplaudido pelos mais de 42 mil torcedores que compareceram ao estádio. Foi o reconhecimento a uma equipe que soube se impor dentro de casa e não deu chances para um adversário combalido.
“A nossa determinação durante o jogo todo foi o que nos fez vencer. A única maneira de vencer esse jogo era essa, brigando por cada bola”, disse o volante Petros.
A quantidade de desfalques de Corinthians e São Paulo foi determinante para o baixo nível técnico da partida. Ao todo, as duas equipes não puderam contar com 13 jogadores ontem.
O São Paulo teve sete ausências: Anderson Martins, Edimar, Júnior Tavares, Hudson, Valdívia, Rodrigo Caio e Cueva. Mas, se faltou inspiração, sobrou transpiração ao time.
“Acredito que foi uma das nossas melhores partidas, com atitude, intensidade nos 90 minutos e acreditando na nossa capacidade. Faltava isso”, disse o atacante Nenê, autor do gol que garantiu a vitória do São Paulo.
O Corinthians teve seis desfalques: Fagner, Balbuena, Romero, Jadson, Renê Junior e Rodriguinho – o atacante Clayson foi para o jogo, mas ficou no banco por estar com dores no joelho. E a equipe acabou sentindo mais a falta de seus principais jogadores do que o São Paulo. A ausência mais lamentada foi do meia Rodriguinho, que sentiu dores no músculo posterior da coxa esquerda durante o aquecimento já no gramado do Morumbi e acabou substituído momentos antes do jogo por Sheik. Ele será reavaliado hoje pelos médicos e permanece como dúvida para o jogo de volta.
Sem Rodriguinho, o Corinthians foi um time acéfalo no Morumbi. A equipe só se preocupava em defender e praticamente não atacou. O São Paulo se aproveitou da postura extremamente defensiva do adversário e tomou conta do jogo.
Com a posse de bola e trocando passes com paciência, o São Paulo deixou o Corinthians acuado. O problema é que o time de Diego Aguirre insistiu demais nos cruzamentos para o meio da área e, por isso, demorou para abrir o placar.
Após domínio total por todo primeiro tempo, o gol só saiu aos 47 minutos. Depois de falha de Mantuan e rebote de Cássio, a bola sobrou para Nenê, sozinho, empurrar para a rede.
No segundo tempo, a partida mudou completamente. O São Paulo recuou a marcação e passou a esperar o Corinthians no campo de defesa. A situação ficou cômoda para a equipe porque os jogadores do Alvinegro pareciam não saber o que fazer com a bola e só trocavam passes de lado.
O Corinthians não tinha a imprevisibilidade de Rodriguinho ou a visão de jogo privilegiada de Jadson. Era um time comum e, assim, virou presa fácil.
Para quarta-feira, no entanto, os jogadores prometem outra postura. “Na nossa casa, a partida vai ser completamente diferente. O jogo será uma guerra. Apimentado já está”, disse o zagueiro Henrique.
Já o goleiro Cássio aposta na força da torcida em Itaquera, onde o Corinthians nunca perdeu para o São Paulo desde a inauguração do estádio, em 2014. “Estamos com sete jogadores fora, mas o Corinthians é isso aí. Vamos nos ajudar, nosso estádio vai estar lotado. Está aberto ainda. Vamos buscar a classificação”, disse.