Fórum dos Leitores
STF X NAÇÃO Suprema desmoralização
Há cerca de duas semanas o sr. Lulla da Silva esbravejou, ameaçando: “Se eu for preso, levo o STF comigo”. Foi o suficiente para começar um corre-corre entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente Celso de Mello e Marco Aurélio Mello. A pressão sobre a presidente, ministra Cármen Lúcia, foi enorme. Ela tentou resistir, mas não conseguiu. A maioria dos ministros armou o circo para a reunião do plenário de quinta-feira (22/3). Discutiram, falaram, falaram e não disseram nada. Como o ministro Marco Aurélio tinha passagem marcada para viajar, deu-se origem a uma votação em que a maioria concordou em não continuar com a sessão até mais tarde. Resultado: votação do mérito do habeas corpus de Lulla adiada para 4 de abril e o demiurgo de Garanhuns, condenado em segunda instância, não pode ser preso até lá. Ao privilegiar o crime e desrespeitar e desmoralizar a si próprio, o STF põe em risco toda a lógica da Justiça e nos aproxima perigosamente do estado de anarquia, da ausência de autoridade, de regras e normas de convivência. Já passou da hora de o Brasil acordar!
ANTONIO CARELLI FILHO palestrino1949@hotmail.com Taubaté
Pressão insuportável
O que disse Sepúlveda Pertence a Cármen Lúcia em reunião privativa? O que há de tão grave para decepcionar, ainda mais, milhões de brasileiros?
LEONOR TOYO NISIYAMA leonor.tn@gmail.com
Osasco
A última romântica?
Fui funcionária do Tribunal de Justiça e sempre me orgulhei de pertencer a seu quadro de serventuários. Via as dificuldades com que trabalhavam juízes e promotores em meio ao acúmulo de processos. Dedicava-me com afinco a executar as determinações proferidas em processos. Muitas vezes os depoimentos iam além do horário de expediente, mas isso não interferia no nosso dever a cumprir. Diante do que assisti no STF, cheguei às lágrimas. Sem entrar no mérito do que se discutiu, a ofensa a nós, brasileiros, foi de tal violência que não consegui me distanciar. O ministro dizer que precisava sair porque tinha compromisso?! Que compromisso seria maior do que exercer sua função naquele julgamento? Que compromisso seria maior, diante de milhões de brasileiros, do que honrar sua toga e estar presente? Seu compromisso deixou nua a Justiça brasileira.
BETE MARUN elisabetemarun@hotmail.com
São Paulo
O ocaso dos deuses
Cármen Lúcia e Marco Aurélio unem-se em chororô ao se verem tratados de forma que nunca “poderiam ter suposto”. É no que dá delirar que eram deuses do Olimpo e suas decisões erráticas não teriam consequências. Apavorados, descobrem sua fragilidade humana. Atônitos, olham para os lados em busca de ajuda. Mas quem os socorrerá...? SANDRA MARIA GONÇALVES sandgon@terra.com.br
São Paulo
Nação agredida
Agride-se, de maneira inédita, a dignidade do Supremo Tribunal Federal, lamuriam-se os ministros. Na verdade, agride-se de maneira inédita a dignidade do povo quando o STF simplesmente se mostra inútil e não cumpre a sua missão de julgar e mandar prender os corruptos. Isso sim! JÚLIO ROBERTO AYRES BRISOLA
jrobrisola@uol.com.br São Paulo
Patrulhar salafrários
Marco Aurélio Mello reclama que o STF está sofrendo um patrulhamento sem igual. Ué, ele esperava que o povo brasileiro apoiasse o absurdo que fizeram? Diz ainda que temos de saber separar os salafrários. Concordo, afinal, quatro ministros votaram contra o golpe dos outros sete. MAURÍCIO LIMA mapeli@uol.com.br
São Paulo O ministro Marco Aurélio encontrou o termo certo para o que a sociedade pensa dos que querem livrar Lula e toda a sua quadrilha da prisão: salafrários! NILSON OTÁVIO DE OLIVEIRA noo@uol.com.br
Valinhos
Jabuticaba criminal
Se o STF já é a quarta instância de julgamento, seus membros acabam de instituir uma nova instância, intermediária, a quinta, que é o habeas corpus preventivo para condenados em segunda instância prestes a terem a sentença executada. A execução da pena fica suspensa até a chegada ao fim do labirinto, que pode ser a prescrição. O jeitinho brasileiro não tem igual.
JOSÉ ROBERTO SANT’ANA jrsantana10@gmail.com
Rio Claro
‘Argumentos’ da defesa
Um “conceituado” causídico inicia a sua defesa na mais alta Corte do País com uma mentira sobre um ex-presidente europeu. Chama uma das mais longevas democracias do mundo de país autoritário. Mas considera normal “rasgar” a Constituição do
país onde vive. Pode haver maior hipocrisia? Dá para descer mais baixo que isso?
ELY WEINSTEIN
elyw@terra.com.br São Paulo
Vox populi, vox dei
Na fatídica sessão de quinta-feira ficou claro para o Brasil o papel assumido pelo STF de legislar para os amigos. Como confiar, respeitar e aceitar tal fato, feito às claras para que todos vissem? É urgente uma reforma no Poder Judiciário, para que as nomeações sejam feitas por mérito, e não por escolha política. O Congresso, ao qual cabe legislar, vem deixando sistematicamente que o STF o faça. Pelo que se tem visto, os três Poderes estão corrompidos. Mas a sociedade acompanha de perto essas manobras. Tal afronta não pode continuar. É preciso dar um basta nessa situação. “A pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela não há a quem recorrer”, ensina Ruy Barbosa. Mas existe a voz do povo e essa voz não pode ser calada.
IZABEL AVALLONE
izabelavallone@gmail.com São Paulo
CORREIOS Presas em Cumbica
Aleluia! Minhas 50 cartas de Natal enviadas via correio (pelo serviço prioritário) no início de dezembro finalmente chegaram ao destino na Alemanha, na França e nos EUA. O correio brasileiro precisa de mais de três meses para levar as cartas de Campo Belo, em São Paulo, para o aeroporto de Guarulhos! No sábado chegou uma carta da minha filha postada na Alemanha em 17 de janeiro. Quem segura as cartas durante meses no aeroporto de Guarulhos? É o Sedex? MICHAEL PEUSER mpeuser@hotmail.com
São Paulo
“O Supremo segue lavando as mãos, como Pilatos.
E vai acabar condenando o povo brasileiro a ser dirigido por corruptos” JESUS ANTONIO RIBEIRO / SÃO BERNARDO DO CAMPO, SOBRE AS DECISÕES
PARA FAZER UM CRIMINOSO CONDENADO ESCAPAR DA CADEIA E SER CANDIDATO jesus-ribeiro2005@ig.com.br ADALBERTO AMARAL ALLEGRINI / BRAGANÇA PAULISTA, SOBRE O FERIADÃO DO STF adalberto.allegrini@gmail.com
“Lado bom: economizamos luz e não corremos o risco de decisões erráticas. Dez dias abençoados”