Manifestantes jogam ovos durante discurso do ex-presidente
Atos de violência fazem com que caravana altere o trajeto pelo sul do País; ex-presidente diz que é necessário reagir
O caminho da caravana do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo os Estados do sul do País é marcado por protestos e ataques de manifestantes contrários ao petista. Em todas as cidades por onde passou, pessoas foram às ruas contra o petista, bloqueando estradas e protestando com faixas e cartazes. Ontem, em São Miguel do Oeste (SC), um grupo jogou ovos no ex-presidente enquanto ele discursava na praça central da cidade. Lula teve de ser protegido por guarda-chuvas para terminar o discurso e não foi atingido.
A recepção desfavorável obrigou o ex-presidente a desviar o itinerário da caravana durante o fim de semana. “Tem gente se organizando como paramilitar”, reagiu Lula. “Tem gente se preparando até para invadir o comício do outro. Quero dizer para essa gente que nós somos da paz. É só olhar para a cara de vocês. Somos gente de paz. Mas não nos provoquem, porque se derem um tapa na nossa cara a gente não vai apenas virar para o lado, a gente vai retribuir até eles aprenderem a viver democraticamente”, disse Lula, no início da tarde de anteontem, em Florianópolis.
As manifestações contra Lula na capital catarinense foram tranquilas se comparadas com as confusões ocorridas durante a passagem do ex-presidente pelo Rio Grande do Sul, e ontem, em São Miguel do Oeste, onde o ônibus do petista foi cercado. A caravana do ex-presidente foi atacada com pedras e ovos por manifestantes antipetistas na entrada da cidade. As pedradas chegaram a trincar os vidros de dois dos três ônibus que integram a caravana, entre eles o veículo em que Lula viajava.
Cerca de trinta manifestantes fecharam o trevo de acesso à cidade. Quando a caravana parou, os limpadores de para-brisas dos ônibus foram arrancados, diversos ovos foram atirados contra os vidros dos veículos e, depois, as pedras. Um dos ovos atingiu o carro de reportagem do Estado. “O que aconteceu foi um atentado criminoso. Poderia ter acontecido uma tragédia. O motorista ficou sem visibilidade”, disse o deputado Paulo Pimenta (RS), líder do PT na Câmara.
Os atos obrigaram ex-presidente a abandonar o ônibus em alguns trajetos e fazer viagens de avião (a previsão inicial era de usar apenas transporte terrestre). Integrantes da caravana acusam a participação de grupos de apoiadores do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ).