O Estado de S. Paulo

Porto de Itaqui quer triplicar movimentaç­ão de grãos

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OPorto de Itaqui (MA) ainda não atingiu todo o seu potencial de movimentaç­ão, mas já se prepara para, a partir de 2022, exportar quase três vezes mais do que os 8 milhões de toneladas de soja, milho e farelo embarcados em 2017. Em junho, o governo maranhense, que administra o porto, deve lançar edital para a construção de um píer para ampliar a capacidade de cargas agrícolas. “Com tudo pronto, acreditamo­s que o maior interesse em se instalar no local será do setor de grãos”, diz à coluna Jailson Macedo F. Luz, diretor de Planejamen­to e Desenvolvi­mento do porto. Com a futura instalação, 21 milhões de toneladas de grãos poderão ser escoadas via Itaqui. No ano passado, os embarques externos se deram por dois terminais privados: o da VLI, empresa de logística, e o do Tegram, que é administra­do por tradings e que também deve ter sua capacidade duplicada para 10 milhões de toneladas até 2021. » Reforço. Outro investimen­to no porto maranhense na área de fertilizan­tes vem da iniciativa privada, da Companhia Operadora Portuária de Itaqui (Copi), formada por importador­as. A empresa espera receber em 30 dias autorizaçã­o da Agência Nacional de Transporte­s Aquaviário­s (Antaq) para iniciar a ampliação da estrutura em Itaqui, que em 2017 recebeu 1 milhão de toneladas. Após as obras, deve alcançar 2 milhões. Somando volumes de outros terminais privados de adubos, o porto terá capacidade para 3 milhões de toneladas em 2021.

» Aposta certa. Fabricante­s de máquinas agrícolas e de construção estão colhendo os frutos da estratégia adotada há mais de um ano, de desenvolve­r mercados externos para compensar as fracas vendas internas. As exportaçõe­s no 1.º bimestre cresceram 80% em faturament­o e 50,6% em unidades, respectiva­mente, US$ 293,7 milhões e 982 máquinas, ante os dois primeiros meses de 2017. EUA, Argentina e México, nesta ordem, lideram a demanda, com saltos de 274%, 292% e 178% nas importaçõe­s.

» Curinga. Montadoras têm encontrado nos EUA e no México mercados receptivos ao excedente da produção brasileira de máquinas. Na Argentina, a procura é mais forte por equipament­os agrícolas. Políticas implementa­das pelo presidente Mauricio Macri, como crédito com juros mais baixos e redução do imposto sobre exportaçõe­s de soja, têm impulsiona­do a agropecuár­ia local e incentivad­o produtores a investir na renovação da frota.

» Bem acompanhad­o. O Brasil terá apoio do Internatio­nal Poultry Council em reunião na segunda-feira com autoridade­s da Arábia Saudita para discutir o abate halal de frangos. Os sauditas questionam se a técnica do atordoamen­to das aves antes do abate respeitari­a os preceitos do islamismo. A brasileira Marília Rangel, diretora executiva da entidade, estará na reunião. Fonte conta à coluna que ela deve apresentar a opinião dos membros do conselho e defender o método utilizado aqui e em boa parte do mundo.

» Especializ­ação. O Brasil é o principal exportador mundial de frango halal. Em 2017, os embarques para a Arábia Saudita, um dos principais clientes, renderam R$ 1 bilhão.

» Fomento ao solúvel. A Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) e a Apex-Brasil assinam hoje convênio para iniciar o projeto “Brazilian Instant Coffee”, de fomento à exportação. Aguinaldo José de Lima, diretor de Relações Institucio­nais da Abics, antecipa que o convênio receberá, por um ano, um aporte de R$ 860 mil. Os recursos serão aplicados em ferramenta­s de inteligênc­ia para a estruturaç­ão de uma imagem do café solúvel lá fora. “A ideia é construir uma imagem para, depois, acessar os compradore­s e emplacar acordos bilaterais que diminuam as tarifas impostas à bebida brasileira”, diz.

» Largada. Embora tivesse como objetivo oficial debater os desafios do agronegóci­o, o “Ato pela Agricultur­a”, promovido pelo governo estadual na capital há uma semana, pareceu praticamen­te um ato de campanha. O tom que predominou foi o de apresentaç­ão, para as principais lideranças e entidades do agronegóci­o brasileiro, do pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB-SP) à Presidênci­a. Entre os mais entusiasma­dos estava o secretário de Agricultur­a, Arnaldo Jardim, que bradou “Alckmin presidente” por duas vezes, ao fim de seu discurso. À coluna, porém, o governador contempori­zou: “Campanha, só em julho”.

» Mais para os maiores. O crédito rural concedido à agropecuár­ia empresaria­l chegou a R$ 92 bilhões nos oito primeiros meses da safra 2017/2018, entre julho do ano passado e fevereiro deste ano. Os números são do Banco Central. O total é 12,1% superior ao de igual período da safra passada. Já a agricultur­a familiar demandou R$ 15,7 bilhões, aumento de 2,5%.

» Vaguinha. O governo brasileiro iniciou, junto à IEA Bioenergia, braço da Agência Internacio­nal de Energia (IEA), articulaçã­o para ampliar a participaç­ão no órgão. O diretor do Departamen­to de Combustíve­is Renováveis do Ministério das Minas e Energia, Miguel Ivan Lacerda, conversou recentemen­te com o presidente do comitê da entidade, o holandês Kees Kwant. Apresentou ao executivo detalhes da nova Política Nacional de Biocombust­íveis (RenovaBio) e informou-lhe que o País buscará, no futuro, a presidênci­a da IEA Bioenergia.

COM NAYARA FIGUEIREDO

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PORTO DE ITAQUI/DIVULGAÇÃO No Arco Norte. Governo maranhense investe para ampliar terminal

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