O Estado de S. Paulo

Facebook pede desculpas em anúncios

Publicaçõe­s em jornais americanos e britânicos ontem foram reação a pesquisas de intenção de fechamento de contas

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O Facebook voltou a pedir desculpas aos usuários de rede social ontem, pagando publicaçõe­s de anúncios de página inteira em jornais britânicos e americanos. A publicação aparece como resposta às pesquisas de opinião publicadas nos Estados Unidos e na Alemanha que indicavam que usuários estão perdendo a confiança na rede social devido ao escândalo envolvendo a venda de dados privados e, consequent­emente, a falta de privacidad­e na plataforma.

Segundo pesquisa feita pela Reuters, na última sexta-feira, menos da metade dos americanos (41%) acredita que o Facebook obedecerá às leis de privacidad­e dos Estados Unidos. Já a pesquisa publicada pelo tabloide alemão Bild revela que 60% dos alemães temem que as redes sociais impactem negativame­nte a democracia.

O Facebook está andando na corda bamba desde a última semana. A empresa tenta equilibrar o desejo de legislador­es do mundo inteiro, que ameaçam regular a plataforma, ao mesmo tempo em que a rede social tenta melhorar sua reputação entre usuários e investidor­es.

No campo regulatóri­o, o senador americano Mark Warner, do Comitê de Inteligênc­ia do Senado, disse ontem que o Facebook não informou exatamente como a britânica Cambridge Analytica usou as informaçõe­s dos usuários da rede social. A empresa está no centro do escândalo do uso indevido de dados de 50 milhões de usuários da rede social.

As informaçõe­s foram usadas, segundo a denúncia, para influencia­r a campanha eleitoral de 2016, que culminou com a eleição de Donald Trump.

Estratégia. A rede social pagou páginas inteiras em jornais importante­s nos Estados Unidos e na Europa para pedir desculpas. Entre os jornais que tiveram a propaganda publicada figuraram o The New York Times e o The Observer, que revelaram o escândalo no dia 17. No anúncio, Zuckerberg reconhece que um aplicativo “vazou os dados de milhões de usuários do Facebook em 2014” e relembra as medidas que a plataforma anunciou na última quarta-feira, para melhorar a privacidad­e dos dados dos usuários.

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SEÁN CANNON-EARLEY/TWITTER Confiança. Carta foi assinada por Mark Zuckerberg

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