Com imóvel em SP, reitor ganha R$ 56 mil
O tipo de “diária constante” é mais frequente na Unesp, que tem 32 dos 34 câmpus fora da capital. Planilha obtida pelo Estado aponta que 60 servidores da instituição ligados à reitoria receberam diárias em 2017.
A maioria – 4,5 mil solicitações de 7,1 mil – é para quatro dias da semana, incluindo o próprio reitor, Sandro Roberto Valentini, que obteve R$ 56.329 no ano passado. O reitor tem um imóvel em São Paulo em seu nome, mas, segundo a reitoria da Unesp, é usado por parentes. De acordo com a administração, o fato não impede que ele receba as indenizações.
Valentini é professor de Araraquara e trabalha na capital desde janeiro de 2017, quando assumiu como dirigente da Unesp. Os gastos da reitoria com diárias subiram R$ 92,4 mil em seu primeiro ano de gestão, se corrigida a inflação de 2016 para 2017 pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Quando disputava o cargo de reitor, em 2016, ele admitiu em debate que deveria haver “mecanismo melhor” para auxiliar os servidores, mencionando o auxílio-moradia. “O impacto não é ruim, mas essa questão de ser velada trouxe um problema extremamente preocupante”, disse, na época. Opositores criticaram as diárias na ocasião.
Na USP, pelo menos nove servidores receberam o benefício de maneira permanente ao longo do ano. O ex-reitor Marco Antonio Zago, lotado em Ribeirão Preto, obteve R$ 60,2 mil em “diárias contínuas” (quatro vezes por semana). O atual vice, Antônio Carlos Hernandes, que era pró-reitor de Graduação, recebeu R$ 50,8 mil em diárias contínuas. Ele é professor do câmpus de São Carlos.