Mortes pela polícia do Rio crescem 17,6%
Números de fevereiro abarcaram os primeiros 12 dias da intervenção federal na Segurança
O número de mortes cometidas pela polícia do Rio subiu 17,6% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês no ano passado, segundo divulgou ontem o Instituto de Segurança Pública (ISP), braço estatístico da Secretaria de Segurança do Estado. Os roubos de veículos avançaram 11,8% no período. Esses dados abarcam os primeiros 12 dias da intervenção federal na Segurança, iniciada dia 16.
De acordo com o ISP, os homicídios decorrentes de oposição à intervenção policial somaram 100 em fevereiro, ante 85 em 2017. Em janeiro, o número havia sido de 154, aumento de 57,1% em relação aos 98 de 2017. Foi o maior número em um mês em 15 anos, desde o início da série histórica. Em fevereiro, os roubos de veículos passaram de 4.286 (em 2017) para 4.792.
Os meses de janeiro e fevereiro não podem ser comparados, conforme estatísticos, porque o segundo é um mês mais curto e nele ocorre o carnaval, quando os índices geralmente caem. Outra ressalva que o ISP faz é quanto à paralisação que aconteceu na Polícia Civil no ano passado,
de janeiro a abril, que provocou subnotificação – mas isso não alterou os dados de homicídios e roubos de veículos, que continuaram a ser registrados.
A letalidade violenta, que soma as ocorrências de homicídio doloso, latrocínio, homicídio decorrente de oposição à intervenção policial e lesão corporal seguida de morte, foi reduzida em fevereiro. Foram 561 vítimas, 9,2% a menos do que no mesmo mês em 2017. O número de policiais civis e militares mortos em serviço praticamente não se alterou: foram duas vítimas em 2018 e uma em 2017.
Decreto. Oficialmente, a intervenção federal começou a vigorar no dia 16 de fevereiro, com um decreto do presidente Michel Temer (MDB). Os efeitos do primeiro mês de intervenção nas estatísticas só serão conhecidos no fim de abril, quando o ISP divulgará o informe de março. Na semana passada, o interventor, general Walter Braga Netto, disse que a população não deve esperar mudanças significativas para breve. “A intervenção vem para corrigir um problema de décadas, não é em um ou dois meses que os senhores terão resultados.”