Brasil: Altos e baixos ‘bolhas econômicas’ ou crise instalada
Remetendo a algo frágil, o termo ‘bolha’ é comumente utilizado para designar algo valorizado em demasia, com preço incondizente com a realidade. Esta palavra, contudo, passou a ser utilizada sem muito critério com o passar do tempo, gerando muitas vezes incertezas sobre investimentos seguros.
Uma bolha, geralmente, começa com uma leve decolagem, impulsionada posteriormente por entusiasmo e, mais tarde, por ganância. Em seu ponto mais alto de novo paradigma, começa o período de negação, que precede o medo e, finalmente, o desespero.
A primeira bolha ocorreu no século 17, na Holanda, quando a tulipa passou a adquirir muito valor num pouco espaço de tempo, já que florece somente após cinco anos. Os comerciantes passaram a negociar as tulipas em mercado futuro e os contratos em si também começaram a ser negociados, como derivativos. Mas houve diversos contratos falsos dando direito a flores inexistentes que, quando descobertos, derrubaram o preço.
Fenômenos parecidos foviu
ram a Crise de 1929, a bolha das Ponto Com, em 2001, e a Crise dos “Subprime”, em 2008. Esta última atingiu o mercado imobiliário norte-americano, sendo resultado da concessão de empréstimos hipotecários de alto risco. Foi uma questão mais relacionada a irregularidades no sistema de financiamento do que aos imóveis em si.
Já nos primeiros anos desta década, por exemplo, muitos especialistas afirmavam que havia uma bolha imobiliária no Brasil. Eles se baseavam, entre outras coisas, no que ocorreu no Japão entre os anos de 1985 e 1991, quando o preço dos imóveis subiu 180% em média. Apesar da valorização ser parecida com o que se
aqui, o preço do metro quadrado por lá já era bem elevado antes desse movimento.
O único paralelo entre as realidades foi o momento de aquecimento econômico, com alta liquidez e facilidade de crédito. Porém, a valorização no Brasil ocorreu também porque as cidades ainda possuem grande déficit de infraestrutura e habitacional, com dificuldades de locomoção que supervalorizam imóveis em determinadas áreas e famílias que ainda esperam pela chance da casa própria.
Após todo movimento de valorização, a partir de 2015, nos deparamos com uma grande e difícil crise econômica. O segundo semestre de 2017 começou a mostrar alguma recuperação, ainda incipiente. Os preços se ajustaram, mas sem grandes movimentos negativos similares ao de uma bolha.
O mercado anseia por tempos melhores e mais estáveis. A crise política e as indefinições sobre a corrida presidencial ainda trazem insegurança. Responsabilidade fiscal, combate à corrupção e incentivo à produção deve ser o tripé para um Brasil mais justo e desenvolvido.
Uma bolha, geralmente, começa com uma leve decolagem, impulsionada posteriormente por entusiasmo e, mais tarde, por ganância