O Estado de S. Paulo

Focus reduz projeção da inflação para 3,54%

Economista­s do mercado financeiro ouvidos pelo BC também preveem que a taxa Selic vai fechar 2018 em 6,25% ao ano e que o PIB deve crescer 2,84%

- Fabrício de Castro / BRASÍLIA

Pela nona semana consecutiv­a economista­s do mercado financeiro reduziram a projeção de inflação para este ano.

O Relatório de Mercado Focus, que reúne cálculos das instituiçõ­es financeira­s, indicou que a expectativ­a para o IPCA – índice oficial de inflação no Brasil – caiu de 3,57%

para 3,54% em 2018.

O documento, divulgado ontem pelo Banco Central, mostra que, pelas estimativa­s dos economista­s, a inflação caminha em direção ao piso da meta

perseguida pelo BC. O centro da meta é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 3% e 6% no resultado do ano.

Para 2019, a projeção de inflação também caiu um pouco: de 4,10% para 4,08%. Nesse caso, o centro da meta é de 4,25%. Os cálculos indicam que a inflação tende a permanecer sob controle neste e no próximo ano.

Um dos motivos para isso é que, após dois anos de recessão e de cresciment­o apenas moderado de 2017, o País ainda está em processo de retomada da atividade. A projeção dos economista­s para o cresciment­o do

Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 caiu de 2,89% para 2,84%. Mais pessimista, o BC estima cresciment­o de apenas 2,6% este ano. Para 2019, a projeção é de 3%, conforme o Focus.

As expectativ­as para o Investimen­to Direto no País (IDP) também são positivas. Os economista­s

esperam investimen­tos produtivos de US$ 80 bilhões em 2017 e em 2018.

A taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 6,5% ao ano, deve encerrar 2018 em 6,25% ao ano, conforme o Focus. Os economista­s esperam que a taxa permaneça nesse patamar até fevereiro de 2019, quando voltaria a subir, encerrando o próximo ano em 8%. Essas projeções estão em sintonia com as comunicaçõ­es mais recentes do Banco Central, que vê espaço para um corte de 0,25 ponto porcentual da Selic em maio, para 6,25% ao ano, em função dos resultados da inflação.

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