Balança comercial tem superávit de US$ 6,28 bi
Exportações apresentam quinto trimestre consecutivo de crescimento e tem alta de 9,6% em março; importações cresceram 16,9% no mês
Com as exportações crescendo pelo quinto trimestre consecutivo, a balança comercial brasileira voltou registrar superávit em março: US$ 6,281 bilhões. O resultado só não foi o melhor da série histórica para o mês porque as importações tiveram um aumento ainda maior, alavancadas pela retomada da atividade econômica e do consumo no País.
Os dados divulgados ontem pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) mostraram que as vendas ao exterior alcançaram US$ 20,089 bilhões enquanto as compras representaram US$ 13,809 bilhões.
Na comparação com março do ano passado, as exportações cresceram 9,6%. As importações aumentaram 16,9%, o que levou a um saldo final inferior ao superávit de US$ 7,136 bilhões registrado em março de 2017.
Neste primeiro trimestre de 2018, o superávit comercial somou US$ 13,952 bilhões, desempenho 3,1% inferior aos US$ 14,402 bilhões registrados em igual período do ano passado.
O secretário de Comércio Exterior do Mdic, Abrão Neto, frisou que o aumento de 11,3% das exportações no primeiro trimestre se deu principalmente por conta da quantidade vendida (9,5% a mais), já que os preços dos produtos embarcados aumentaram apenas 1,77%.
“As exportações crescem por cinco trimestres consecutivos e o valor da média diária do primeiro trimestre foi o maior para o período na série histórica (de 1989)”, afirmou, em referência aos US$ 54,4 bilhões vendidos de janeiro a março, com média de US$ 891,3 milhões por dia.
Já do lado das importações, houve aumento de 10,14% na quantidade comprada e 5,39% de alta nos preços, na comparação com os primeiros três meses do ano passado.
Projeções. Para o economista da Tendências, Silvio Campos Neto, a despeito das expectativas de acomodação das exportações neste ano, as vendas de produtos brasileiros ao exterior ainda dão sinais positivos e indicam que o mercado pode ter sido conservador nas previsões sobre o superávit comercial em 2018.
Ele projeta um superávit de US$ 59,8 bilhões neste ano, mais do que a mediana de US$ 55 bilhões das previsões coletadas pelo Banco Central (BC) no boletim Focus. “Parece que as projeções do mercado são subestimadas porque as exportações continuam mostrando um desempenho muito bom”, comentou o economista, que citou a soja entre os produtos que vêm surpreendendo do lado da pauta exportadora.
Principal produto exportado pelo Brasil, os embarques de soja cresceram 6,4% na média diária de março, comparativamente a igual período de 2017.
Apesar do avanço mostrado pelos embarques ao exterior, o economista da Tendências afirma que, no embalo da recuperação econômica, as importações tendem a terminar o ano com crescimento superior ao das exportações. Isso fará com que o superávit comercial de 2018 seja menor do que o recorde de 2017, mas, ainda assim, o segundo melhor da história.
O secretário Abrão Neto destacou o aumento de 18,8% nas compras de bens de consumo e de 18,2% nas importações de bens de capital no trimestre, dois sinais de que o consumo das famílias e os investimentos por parte das empresas estão se recuperando.
“A expectativa é de crescimento das exportações e das importações em 2018, mas as importações devem crescer mais, devido à retomada econômica. A previsão do Mdic continua de um superávit comercial robusto em 2018, na casa de US$ 50 bilhões”, completou o secretário.