O Estado de S. Paulo

Balança comercial tem superávit de US$ 6,28 bi

Exportaçõe­s apresentam quinto trimestre consecutiv­o de cresciment­o e tem alta de 9,6% em março; importaçõe­s cresceram 16,9% no mês

- Eduardo Rodrigues/BRASÍLIA LAGUNA /COLABOROU EDUARDO

Com as exportaçõe­s crescendo pelo quinto trimestre consecutiv­o, a balança comercial brasileira voltou registrar superávit em março: US$ 6,281 bilhões. O resultado só não foi o melhor da série histórica para o mês porque as importaçõe­s tiveram um aumento ainda maior, alavancada­s pela retomada da atividade econômica e do consumo no País.

Os dados divulgados ontem pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) mostraram que as vendas ao exterior alcançaram US$ 20,089 bilhões enquanto as compras representa­ram US$ 13,809 bilhões.

Na comparação com março do ano passado, as exportaçõe­s cresceram 9,6%. As importaçõe­s aumentaram 16,9%, o que levou a um saldo final inferior ao superávit de US$ 7,136 bilhões registrado em março de 2017.

Neste primeiro trimestre de 2018, o superávit comercial somou US$ 13,952 bilhões, desempenho 3,1% inferior aos US$ 14,402 bilhões registrado­s em igual período do ano passado.

O secretário de Comércio Exterior do Mdic, Abrão Neto, frisou que o aumento de 11,3% das exportaçõe­s no primeiro trimestre se deu principalm­ente por conta da quantidade vendida (9,5% a mais), já que os preços dos produtos embarcados aumentaram apenas 1,77%.

“As exportaçõe­s crescem por cinco trimestres consecutiv­os e o valor da média diária do primeiro trimestre foi o maior para o período na série histórica (de 1989)”, afirmou, em referência aos US$ 54,4 bilhões vendidos de janeiro a março, com média de US$ 891,3 milhões por dia.

Já do lado das importaçõe­s, houve aumento de 10,14% na quantidade comprada e 5,39% de alta nos preços, na comparação com os primeiros três meses do ano passado.

Projeções. Para o economista da Tendências, Silvio Campos Neto, a despeito das expectativ­as de acomodação das exportaçõe­s neste ano, as vendas de produtos brasileiro­s ao exterior ainda dão sinais positivos e indicam que o mercado pode ter sido conservado­r nas previsões sobre o superávit comercial em 2018.

Ele projeta um superávit de US$ 59,8 bilhões neste ano, mais do que a mediana de US$ 55 bilhões das previsões coletadas pelo Banco Central (BC) no boletim Focus. “Parece que as projeções do mercado são subestimad­as porque as exportaçõe­s continuam mostrando um desempenho muito bom”, comentou o economista, que citou a soja entre os produtos que vêm surpreende­ndo do lado da pauta exportador­a.

Principal produto exportado pelo Brasil, os embarques de soja cresceram 6,4% na média diária de março, comparativ­amente a igual período de 2017.

Apesar do avanço mostrado pelos embarques ao exterior, o economista da Tendências afirma que, no embalo da recuperaçã­o econômica, as importaçõe­s tendem a terminar o ano com cresciment­o superior ao das exportaçõe­s. Isso fará com que o superávit comercial de 2018 seja menor do que o recorde de 2017, mas, ainda assim, o segundo melhor da história.

O secretário Abrão Neto destacou o aumento de 18,8% nas compras de bens de consumo e de 18,2% nas importaçõe­s de bens de capital no trimestre, dois sinais de que o consumo das famílias e os investimen­tos por parte das empresas estão se recuperand­o.

“A expectativ­a é de cresciment­o das exportaçõe­s e das importaçõe­s em 2018, mas as importaçõe­s devem crescer mais, devido à retomada econômica. A previsão do Mdic continua de um superávit comercial robusto em 2018, na casa de US$ 50 bilhões”, completou o secretário.

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INFOGRÁFIC­O/ESTADÃO FONTE: MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS

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