O Estado de S. Paulo

Guerra comercial e techs derrubam bolsas

Disputa entre EUA e China e ataques do presidente Trump à Amazon fazem bolsas americanas desabarem; Ibovespa também cai e dólar sobe

- Victor Rezende Simone Cavalcanti Paula Dias

O temor de guerra comercial global voltou a preocupar os mercados, após a China divulgar que vai impor tarifas a 128 produtos importados dos Estados Unidos. A medida vem em resposta às barreiras adotadas

pelo governo Trump para importação de aço e alumínio e levou as bolsas em Nova York a registrare­m baixas expressiva­s.

Além disso, o presidente americano, jogou um balde de água fria em quem esperava um pacto para salvar jovens imigrantes da deportação. Imigrantes constituem cerca de 25% da força de

trabalho das empresas de tecnologia e ciência.

Notícias corporativ­as se somaram ao cenário negativo para ações de tecnologia, mais uma vez envolvendo Trump. O presidente voltou a criticar a tributação cobrada à Amazon e fez os papéis da varejista caírem 5,21%. A Intel recuou 6,07%, após a notícia de que a Apple pode investir

em chips próprios para os Macs, e o Facebook caiu 2,75%.

O índice Dow Jones caiu 1,90%, o S&P 500 perdeu 2,23% e o Nasdaq, -2,74%. No pior momento do dia, os três principais

indicadore­s acionários de Nova Yorkcheg aram acair mais de 3%. “Estou me desfazendo das ações de FANGs”,dis se o operador Nicho lasWard,re ferindo-se ao grupo que compreende­Fa cebo ok,

Amazon, Netflix e Alphabet (Google). “Ninguém tem uma bola de cristal, e o passado não representa resultados futuros.”

Mercado local. O Ibovespa acompanhou o mau humor externo e cedeu 0,82%, perdendo o nível dos 85 mil pontos, puxado principalm­ente pelas quedas de papéis da Petrobrás e de bancos. No cenário doméstico, a cautela em relação ao julgamento do habeas corpus do expresiden­te Luiz Inácio Lula da Silva pelo Supremo Tribunal Federal (STF), amanhã, foi outro fator a pressionar a Bolsa.

O cenário internacio­nal adverso em uma semana de agenda carregada também pesou sobre o mercado de câmbio brasileiro. O dólar fechou em alta de 0,36% ontem, cotado a R$ 3,3151 no mercado à vista.

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RICHARD DREW/AP Tensão. Operador da Bolsa de Nova York em dia de perdas

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