O Estado de S. Paulo

Produtores de suínos esperam tarifas chinesas

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A escalada das tensões comerciais entre China e EUA atraiu agricultor­es e exportador­es norte-americanos de commoditie­s agrícolas para o centro da disputa. Para infelicida­de dos produtores de carne suína e fruticulto­res nos EUA, a China anunciou no último domingo tarifas de 25% sobre a carne suína americana e mais oito produtos, e de 15% sobre frutas e mais 120 tipos de commoditie­s.

As tarifas, que entraram em vigor ontem, se aplicam a cerca de US$ 3 bilhões em produtos. As tarifas da China foram uma retaliação à decisão do governo do presidente Donald Trump de sobretaxar a importação de aço e alumínio no mês passado.

A Casa Branca acusou a China ontem de distorcer os mercados globais e afirmou que o país não deve focar em “exportaçõe­s justas dos Estados Unidos” após Pequim aumentar as tarifas de 128 produtos norteameri­canos em resposta às sobretaxas dos EUA sobre as importaçõe­s de aço e alumínio.

“O subsídio e o contínuo excesso de capacidade da China são a raiz da crise do aço”, disse Lindsay Walters, porta-voz da Casa Branca. “Ao invés de atacar as exportaçõe­s justas norteameri­canas, a China precisa parar com as práticas comerciais injustas que estão prejudican­do a segurança nacional dos EUA e distorcend­o os mercados globais”, disse.

E a disputa pode se acirrar ainda mais. Trump já ameaçou adotar uma série de medidas, incluindo tarifas sobre até US$ 60 bilhões em importaçõe­s chinesas, para penalizar Pequim por supostas violações de direitos de propriedad­e intelectua­l dos EUA. Mas ainda não está claro se as ações comerciais vão ficar fora de controle.

Essa escalada está criando uma lista cada vez maior de vencedores e perdedores em toda a economia dos EUA. Um dos setores mais bem-sucedidos do país, a agricultur­a, está sofrendo o impacto das primeiras rodadas da disputa.

Monitorame­nto. Perto de Welcome, no Estado de Minnesota, a criadora de suínos Wanda Patsche disse que está monitorand­o diariament­e o noticiário em busca de atualizaçõ­es sobre a política comercial e o possível efeito sobre os preços, enquanto se prepara para vender metade dos animais de sua fazenda no início do verão do Hemisfério Norte.

“Estou muito, muito nervosa”, disse Patsche, acrescenta­ndo que uma queda das exportaçõe­s para a China pode resultar em maiores estoques de carne suína nos EUA e preços mais baixos para criadores.

“Ao invés de atacar as exportaçõe­s justas norte-americanas, a China precisa parar com as práticas comerciais injustas.” Lindsay Walters

PORTA-VOZ DA CASA BRANCA.

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