CVM abre novo inquérito contra Banco Original, da JBS
Há suspeitas de uso de informações privilegiadas na negociação de contratos de derivativos de taxas de juros
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula o mercado financeiro, informou ontem que abriu um novo inquérito administrativo para investigar o Banco Original, do grupo JBS. Há suspeitas de uso de informações privilegiadas na negociação de contratos de derivativos de taxas de juros realizados antes de as delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista se tornarem públicas, em maio do ano passado.
A informação consta da lista de apurações em curso sobre a JBS, atualizada ontem, no site da CVM. A instauração de inquérito ainda não é uma acusação formal. Trata-se de um procedimento administrativo que permite ao órgão ouvir os envolvidos, entre outras iniciativas.
Em outubro, a CVM havia arquivado um processo administrativo sobre o assunto alegando que não encontrara indícios para responsabilizar o banco por qualquer irregularidade. Mas novas informações levaram à retomada das investigações.
O novo inquérito decorre de um processo aberto em dezembro para analisar operações do banco com contratos futuros de DI1 (Depósitos Interfinanceiros, usados como referência no mercado de juros brasileiro).
No comunicado, a CVM informa que, após diligências realizadas, a gerência de acompanhamento de mercado propôs à Superintendência
Procedimentos
A JBS enfrenta atualmente sete procedimentos de análise (processos administrativos) em aberto envolvendo os controladores Joesley e Wesley Batista, executivos e empresas do grupo. Geral (SGE) a instauração de inquérito administrativo bem como a comunicação ao Ministério Público Federal de indícios do crime contra o mercado de capitais. Esse comunicado foi feito em 29 de março.
Processos. A JBS enfrenta três processos com acusação já formulada na CVM. Além disso, há outro inquérito administrativo, uma fiscalização externa e sete procedimentos de análise (processos administrativos) em aberto envolvendo os controladores Joesley e Wesley Batista, executivos e empresas do grupo (JBS S.A., FB Participações, Seara Alimentos e Eldorado Brasil). Um oitavo procedimento de análise chegou a ser aberto sobre atuação do Banco Original no mercado de derivativos, mas foi arquivado por falta de indícios de uso de informação privilegiada.
Em nota, o Banco Original afirmou que não foi comunicado sobre o teor das análises que estão sendo realizadas pela CVM. Mas a instituição destacou que está à disposição para prestar as informações que vierem a ser solicitadas pela autarquia.