Líder sul-coreana deposta recebe pena de 24 anos por corrupção
Detida desde março de 2017, Park Geun-hye foi condenada por abuso de poder e corrupção, após 10 meses de julgamento
A ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye, de 66 anos, foi condenada ontem a 24 anos de prisão por abuso de poder e corrupção. A sentença encerra mais de dez meses de julgamento, no qual Park enfrentou 18 acusações. Em março de 2017, ela foi destituída e presa após a revelação de relações ilícitas entre o poder político e os grandes conglomerados sul-coreanos.
O juiz Kim Se-yoon disse ontem que Park forçou empresas a pagar dezenas de milhões de wones (moeda sul-coreana) a duas fundações controladas por sua confidente e amiga íntima Choi Soon-sil, de 40 anos, em troca de favorecimento político.
Os conglomerados sul-coreanos, em mãos de importantes famílias e com estruturas muito complexas, são o motor da economia do país. Grupos como Samsung e Hyundai tiveram um papel crucial no “milagre econômico” dos anos 60 e 70, que transformaram o país destruído pela guerra em um dos mais ricos do mundo.
Vínculos. Park chegou à presidência apresentando-se como “incorruptível”, depois de crescer no palácio presidencial. Ela é filha de Park Chung-hee, que comandou o país de 1961 até seu assassinato, em 1979.
O declínio de Park começou após manifestações em massa em todo o país que levaram à antecipação das eleições para maio de 2017. Elas foram vencidas pelo candidato de centro-esquerda Moon Jae-in, que agora é um dos principais incentivadores da aproximação com a Coreia do Norte.
Levando em conta o grande interesse do caso na Coreia do Sul, o anúncio da sentença foi transmitido ao vivo pela televisão, algo pouco comum no país.