Conselheiros do Palmeiras vão pedir suspensão do cartola
Membros do Conselho Deliberativo começam a reunir assinatura para impedir Del Nero de continuar no clube
O banimento vitalício do futebol do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del Nero, promovido pela Fifa e anunciado ontem criou reflexos no Palmeiras. Membros do Conselho Deliberativo do clube se organizam para protocolar nos próximos dias um pedido de suspensão do dirigente, que é conselheiro vitalício.
Dos 300 conselheiros, são necessárias 60 assinaturas para que a moção torne válido um pedido oficial de suspensão no órgão enquanto Del Nero recorre da punição. Cerca de 18 pessoas já preencheram o documento.
Del Nero tem ligações familiares com o Palmeiras, já que o pai, José del Nero, jogou pelo clube. O ex-presidente da CBF exerceu funções na diretoria, como de secretário do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF), diretor jurídico e do departamento de futebol.
A Fifa determinou que Del Nero não pode mais frequentar a sede da CBF para eventos, presidir clubes de futebol e participar da organização de torneios. À parte dessa mobilização, o Palmeiras analisa se o banimento terá algum impacto sobre o clube, já que como participante do Conselho Deliberativo o dirigente pode indiretamente participar do futebol, em atos como apreciação de contratos e membro de comissões específicas.
O presidente do Conselho Deliberativo do clube, Seraphim del Grande, afirmou que vai pedir esclarecimentos para entender até que ponto o Palmeiras será atingido com o banimento. “Pretendo fazer uma consulta à CBF, que, por sua vez, procura a Fifa. Não sei ainda se o banimento do futebol tem um entendimento de que o inviabiliza de atuar como conselheiro do Palmeiras”, explicou.
Repercussão. O técnico do time, Roger Machado, evitou comentar o impacto do banimento, mas considera positiva a aplicação de punições a quem cometeu irregularidades no esporte.
“O futebol brasileiro está voltando a se reorganizar em todos os níveis. Não tenha dúvida de que isso vai fazer um bem danado para o futebol”, comentou.
O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, vê no episódio a chance de um recomeço. “Não desejo mal para ninguém, mas espero que o futebol brasileiro mude. Eu acredito que vamos mudar”, disse o cartola.