‘Aproximação é urgente para que pesquisas tenham efetividade’
Trabalho em conjunto é considerado crucial para que investimento em estudos de inovação se traduza em ganhos
Gerente de inovação e marketing da Cianet, empresa que desenvolve tecnologia para o mercado de provedores regionais de internet, Viviane Goulart conta que a empresa nasceu, há 24 anos, a partir de parcerias firmadas com o laboratório de pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina.
“Hoje, temos um braço de inovação dentro da empresa. Nosso laboratório se propõe a fazer inovação e pensar nas tecnologias emergentes no mercado de provedores de internet”, conta.
Com a criação do laboratório, a empresa firmou parceira com um grupo de ex-alunos de engenharia que criou o 99Labs. “Como estudantes, eles sempre sentiram dificuldade de se aproximar das empresas. Por isso, depois de formados criaram a startup, que faz o elo entre laboratórios de empresas e laboratórios de pesquisas de universidades. Eles fazem uma curadoria dos projetos e aproximam as partes”, conta.
Viviane acredita que o marco legal dará mais segurança e solidez às parcerias entre iniciativa privada e universidades. “Estamos próximos de várias universidades que concentram importante massa pensante. Ao mesmo tempo, vejo que há desperdício de investimento e tempo, porque pesquisas acadêmicas não têm conexão com a realidade do mercado. Isso não é produtivo. Essa aproximação é urgente para que as pesquisas tenham mais efetividade.”
Estudo. A aproximação entre o setor produtivo e o de pesquisa é uma das soluções apontadas por estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a pedido do Senai, que identifica algumas dificuldades que impedem que o Brasil avance na área tecnológica.
“O distanciamento entre a pesquisa realizada nas universidades e as inovações inseridas no mercado pelas indústrias está entre os principais entraves”, diz o gerente executivo de inovação e tecnologia do Senai, Marcelo Prim.
Segundo ele, esse ponto é crucial para que todo o investimento realizado em pesquisa e desenvolvimento
se traduza, efetivamente, em ganhos para a economia brasileira e se reflita na qualidade de vida das pessoas. “Enquanto houver esse distanciamento, que existe dos dois lados, não iremos avançar.”
Prim conta que o estudo solicitado ao MIT irá auxiliar na construção de 25 Institutos Senai de Inovação. “O MIT foi convidado termos um olhar internacional e neutro sobre o ecossistema nacional de inovação.”