Pará registra 20 mortes após execução de PM
Série de assassinatos ocorreu entre a tarde de domingo e a noite de ontem na Grande Belém
A região da Grande Belém, no Pará, registrou 20 mortes após o assassinato de uma policial militar na tarde de anteontem. Os crimes, entre os quais uma chacina que vitimou um adolescente de 13 anos, ocorreram até o início da noite de ontem, segundo a Polícia Civil.
A cabo Maria de Fátima Santos, de 49 anos, foi executada com três tiros em sua casa. Segundo a polícia, um grupo armado com ao menos quatro bandidos invadiu a residência da PM, que estava na corporação havia 21 anos, e efetuou vários disparos. A perícia apontou que Maria morreu com dois tiros na cabeça e um no peito, na cozinha.
A policial já havia recebido ameaçadas e chegou a registrar um boletim de ocorrência na Seccional do Paar, em Ananindeua. A primeira queixa foi feita há um ano, depois que sua casa foi invadida. Ela não estava no local na ocasião.
Por causa das ameaças, a PM fazia parte de um programa da própria polícia que oferece medidas protetivas aos militares vítimas de intimidação. Ela andava escoltada. No local do crime, ninguém relatou ter visto ou ouvida nada.
Do assassinato de Maria, que foi a 21.ª vítima policial no ano, até o início da noite de ontem, ao menos 20 pessoas foram assassinadas, segundo a polícia e o Instituto Médico Legal (IML). Os casos foram registrados em sete bairros diferentes.
A cúpula da segurança pública do Pará, entre eles o secretário Luiz Fernandes, se reuniu com o governador Simão Jatene (PSDB) para traçar medidas para o enfrentamento da criminalidade. “Não vamos tolerar essa afronta aos nossos policiais ao Estado e à tranquilidade e paz da população”, completou. A Associação dos Cabos e Praças da Polícia Militar do Pará lamentou a morte.