O Estado de S. Paulo

Adysson vai de graça ao Allianz Parque por um ano

Após reportagem do Estado, torcedor de 8 anos vai ganhar ingressos para os jogos do time até maio de 2019

- Ricardo Magatti ESPECIAL PARA O ESTADO

Adysson Congo não imaginava, mas a “fuga” de casa para ver o Palmeiras no Pacaembu pela primeira vez em seus 8 anos só rendeu coisas boas a ele. Após a reportagem do Estado, ele recebeu o convite de Dudu para entrar em campo antes da partida com a Chapecoens­e. Além disso, foi presentead­o com uma camisa e vai viver seu grande sonho: receber o Passaporte Allianz Parque, com um acompanhan­te, para todos os jogos do Palmeiras na arena até maio de 2019 (vale também para shows). O valor do presente é de R$ 2.988,00 no setor Gol Sul (valor por assento). “Para mim, é fora do normal ver meu filho realizando o sonho dele”, diz a mãe, Silmara Aparecida Congo.

O garoto que mora em uma ocupação na Luz, região central de São Paulo, foi convidado para fazer o tour no estádio no Allianz Parque amanhã. Depois de visitar toda a estrutura da arena em que pisou pela primeira vez no domingo, Adysson vai conhecer o ex-jogador César Sampaio, que se solidarizo­u com a história do menino. O encontro com o craque será uma “surpresa” para ele.

Assim como Adysson, César Sampaio também escolheu o Palmeiras – apesar da influência da família corintiana – e se tornou um dos principais ídolos do time alviverde. O ex-jogador e atual comentaris­ta esportivo tem uma escolinha de futebol em Diadema e pode ajudar o palmeirens­e a realizar o sonho de ser um jogador de futebol.

César Sampaio não foi o único que se comoveu com as condições de Adysson. O palmeirens­e autônomo Sérgio Montanari, que buscou o garoto e o irmão para leva-los ao estádio palmeirens­e, está organizand­o em grupos de WhatsApp a doação de cestas básicas para a família.

Outros torcedores, que não quiseram se identifica­r, estão realizando uma vaquinha para dar a Silmara, mãe do menino, uma televisão nova. O aparelho da mulher, que vende roupas femininas em uma loja popular e faz faxina para complement­ar a renda, está com o visor quebrado e ela não pode arcar com o conserto.

Único palmeirens­e em uma família corintiana, o menino pediu dinheiro às pessoas no metrô para chegar ao estádio do Pacaembu e acompanhar a partida entre Palmeiras e Inter – a equipe da casa venceu por 1 a 0.

Adysson foi “descoberto” pelo funcionári­o público André Martins, 25. O rapaz, que já havia visto o garoto pedindo dinheiro na estação Tatuapé do metrô, notou o menino perdido nos arredores do estádio do Pacaembu. Pagou um lanche, refrigeran­te e presenteou o garoto com uma camisa do Palmeiras.

Sem dinheiro, Adysson, que antes de sair de casa disse para a mãe que iria brincar em uma praça próxima à sua casa, aproveitou o fato de haver gratuidade no Pacaembu e venceu as catracas do estádio. Ele se misturou em meio às famílias para poder ver o time pelo qual torce ao vivo pela primeira vez.

Silmara Aparecida Congo MÃE DE ADYSSON ‘Para mim, é fora do normal ver meu filho realizando o sonho de poder de ir ao estádio’

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO Festa. Adysson entrou em campo com o time do Palmeiras

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