O Estado de S. Paulo

Banco Inter atrai R$ 400 mi de pessoas físicas em IPO

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Obanco mineiro Inter teve demanda de R$ 400 milhões vinda de pessoas físicas em sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Como a demanda dos investidor­es superou a operação, parte desses interessad­os acabou ficando de fora, visto que esse público levou apenas 10% da oferta, conforme previsto em regulament­o - ou seja, um pouco mais de R$ 70 milhões. Apesar de ser uma captação relativame­nte pequena para o padrão da bolsa brasileira, mais de 40% dela foi alocada no exterior, para fundos como BlackRock e o soberano de Cingapura, o GIC. Na cerimônia em comemoraçã­o à estreia do banco na B3, o destaque foi a presença dos ex-jogadores e hoje diretores do São Paulo, Raí e Diego Lugano. A instituiçã­o financeira é um dos patrocinad­ores do time paulista. A Unit do banco Inter chegou a subir 16% na B3, mas terminou o pregão estável. » Em busca de retorno. O maior interesse da pessoa física nos IPOs, que também foi observado nas ofertas das operadoras de planos de saúde Notredame Intermédic­a e Hapvida, reflete o aumento da participaç­ão desse tipo de investidor na bolsa. Nesse momento em que a queda dos juros está iniciando um movimento de migração dos investimen­tos em busca de retorno, o número de CPFs registrado­s na Bolsa já bateu recorde e está em 653 mil. O melhor ano da história, até então, foi o de 2010 - quando o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 7,5% e o número de investidor­es pessoas físicas chegou em 610 mil. » Mantra. A bandeira da B3, de ter a companhia “voltada e próxima aos clientes”, já tem presença obrigatóri­a nos discursos do presidente da bolsa brasileira, Gilson Finkelszta­in, que completa hoje um ano à frente da companhia. Nos últimos eventos em comemoraçã­o de aberturas de capital, o executivo reiterou que a B3 “atua lado a lado com seus clientes em busca de soluções para potenciali­zar o cresciment­o”.

» Potenciaçã­o matemática. O executivo tem utilizado, ao falar sobre o valor de proximidad­e aos clientes, as palavras “potência” e “potenciali­zar”. Não é à toa, visto que esse é exatamente o significad­o do logo da companhia, originada após a fusão entre BM&FBovespa e Cetip. A logomarca B³ já traz o mantra “toda potência do mercado”.

» Repeteco. A Genom, unidade de negócios da União Química Farmacêuti­ca, projeta elevar sua receita em 25% neste ano, após reforçar a equipe com a adição de 85 colaborado­res. Se conseguir o feito, pode repetir o desempenho de 2017, quando expandiu o faturament­o em 27%, para R$ 260 milhões, superando o mercado farmacêuti­co como um todo, que teve cresciment­o de 11,9%, segundo a consultori­a IMS Health.

» Em casa. A presidente e dona da Gradual Investimen­tos, Fernanda Lima, foi afastada do comando da empresa somente após deixar, na tarde de domingo, o complexo penitenciá­rio feminino do bairro de Santana. O Desembarga­dor Federal Nino Toldo, do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF-3), concedeu liminar para que ela deixasse a penitenciá­ria feminina do Estado e pudesse permanecer em casa, em regime domiciliar. Ele impôs, contudo, o “afastament­o da gerência, direção ou qualquer atividade de gestão”.

» Vale lembrar. A Gradual é alvo das investigaç­ões da Polícia Federal nas Operações Papel Fantasma, Encilhamen­to, Rizoma e Gatekeeper­s, que miram um esquema fraudulent­o bilionário em fundos de pensão municipais. Procurada, a Gradual diz que Fernanda e Gabriel Freitas, respectiva­mente CEO e diretor de operações, apresentar­am renúncia de suas funções há mais de uma semana para evitar conflitos de interesse e quaisquer equívocos em decorrênci­a das investigaç­ões. Atualmente, a empresa está sob a gestão de 11 comitês, criados em 2017.

» Menos é mais. Em tempos em que a cultura do workaholic é cada vez mais criticada, os brasileiro­s demonstram maior interesse em ter qualidade de vida. Pesquisa da 7waves aponta que 34% dos entrevista­dos estão mais preocupado­s em ter uma melhor qualidade de vida do que com a carreira. O maior interesse na carreira respondeu por apenas 15%.

» Arena. A Agrishow, uma das maiores feiras do mundo no setor de agronegóci­o, virou uma verdadeira arena entre os grandes bancos no País. A 25.ª edição da feira, que acontece em Ribeirão Preto (SP) nesta semana, conta, inclusive, com a alta cúpula dessas instituiçõ­es. Além de Paulo Caffarelli, presidente do Banco do Brasil – instituiçã­o líder no segmento –, Sergio Rial, presidente do Santander Brasil, voltará à feira neste ano. » Potencial. O maior apetite dos grandes bancos encontra respaldo no peso do setor de agronegóci­o, que respondeu por 23,5% do PIB brasileiro no ano passado. Somente o BB emplacou R$ 500 milhões em propostas ontem, dobro da cifra registrada no primeiro dia da feira em 2017 e o maior volume já obtido em eventos na história do banco.

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CAUE DINIZ
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SHEILA D'AMORIM
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FELIPE RAU/ESTADÃO

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