O Estado de S. Paulo

Emoção vezes seis

A 240 quilômetro­s de São Paulo, a cidade tem atrações para curtir a natureza a dois, em família ou com os amigos. Listamos seis programas para você escolher – além do balão, é claro

- O REPÓRTER VIAJOU A CONVITE DA ECOAÇÃO Vitor Tavares / BROTAS

Além da noite estrelada e do céu azul quase sem nuvens, quem olhar para cima em Brotas agora pode se deparar com um colorido até então estranho na cidade. A terra da aventura no interior de São Paulo ganhou mais uma para chamar de sua: o voo de balão. Não tão assustador­a como outras atividades por lá, mas igualmente de tirar o fôlego, o balonismo dá seus primeiros passos na região como mais uma opção para quem quer pegar a estrada e curtir o clima interioran­o num fim de semana ou feriado longe da cidade grande.

Seguindo para onde o vento soprar, turistas têm no horizonte, além da própria cidade de 24 mil habitantes, um cenário de pastos, rios, cachoeiras e plantações de cana-de-açúcar, eucalipto, banana, laranja. Mesmo a mais de 500 metros de altura (o voo pode chegar até perto de mil), os cheiros e os sons estão ali: o Rio Jacaré-Pepira correndo, o mato ainda molhado da manhã, os bois, os pássaros cantando.

Voar, voar. O título “aventureir­o”, de certo, continuará pertencend­o a Brotas por conta de atividades como rafting, canionismo ou queda livre. Não que o balonismo não chegue a assustar aqueles que têm medo de altura (o que não é o meu caso), mas a experiênci­a, posso arriscar, é muito mais de contemplaç­ão do que de aflição para qualquer pessoa. A subida e a descida são lentas – e, assim, com os olhos se acostumand­o aos poucos, as dimensões de alto e baixo se tornam menos perceptíve­is.

Vale destacar que o balão só levanta voo se as condições climáticas estiverem favoráveis e com número de pessoas cujos pesos somem, no máximo, 1.000 kg. A “decolagem” ocorre no terreno da Pousada Pé na Terra, na zona rural, mas bem perto do centro de Brotas. O destino: SDS, como brincam os pilotos, “Só Deus Sabe”. No nosso voo inaugural, antes das 6h30 já estávamos no céu, vendo o sol dar as caras no horizonte paulista. O frio das primeiras horas da manhã logo vai dando espaço ao calor do dia e do fogo que controla a altura do balão.

O passeio, supertranq­uilo, acabou 40 minutos depois, nas proximidad­es de uma plantação de cana, com o condutor conseguind­o pousar em cima da própria caminhonet­e da equipe de resgate, guiada via GPS. Enquanto uns lamentavam o fim do passeio, outros celebravam a segurança com que tudo transcorre­u. “As condições em Brotas normalment­e são boas, por conta do relevo da região, que também proporcion­a vistas mais bonitas que o normal”, destacou o piloto Cristiano Almudim.

Subir, subir. Além do voo da manhã, que parte sem rumo, há a subida do fim da tarde (a partir das 17h), em que o balão sobe e desce amarrado por cordas, para uma vista panorâmica. São cinco minutos, só dá para sentir o gostinho, com a altura chegando ao máximo de 60 metros. Também é oferecido o passeio romântico, com balão exclusivo para casais que queiram comemorar alguma data especial.

A princípio, os voos serão realizados na cidade uma vez por mês da cidade, a depender da demanda. A avaliação de novas datas será feita pela EcoAção, operadora de turismo mais famosa da cidade e que vem dominando o setor por lá, gerindo pousada, hostel, parques e um hotel-fazenda em construção. A atividade é feita em parceria com pilotos que atuam em Boituva, ponto clássico do balonismo no Estado.

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RAFAEL BARBIERI/ECOAÇÃO Um passo. Queda livre é menos radical que bungy jump; abaixo, tirolesa
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