O Estado de S. Paulo

Superávit da balança

Resultado é o segundo melhor para o mês da série histórica iniciada em 1989; exportaçõe­s, porém, recuaram, e as importaçõe­s tiveram alta

- Eduardo Rodrigues / BRASÍLIA / COLABOROU EDUARDO LAGUNA

A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 6,142 bilhões em abril. O resultado foi o segundo melhor para o mês na série histórica.

Mesmo com queda nas exportaçõe­s e aumento nas importaçõe­s, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 6,142 bilhões em abril, de acordo com dados divulgados ontem pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

O resultado foi o segundo melhor para o mês na série histórica (iniciada em 1989), só atrás do saldo positivo de US$ 6,963 bilhões de abril de 2017.

As exportaçõe­s no mês passado somaram US$ 19,932 bilhões, uma queda de 3,4% na média diária em relação ao mesmo mês do ano passado. Já as importaçõe­s cresceram 10,3% na mesma comparação, totalizand­o US$ 13,790 bilhões em abril.

O diretor de estatístic­as e apoio às exportaçõe­s do MDIC, Herlon Brandão, explicou que a queda média diária das exportaçõe­s de abril em relação ao mesmo mês do ano passado foi causada, em parte, pela menor quantidade de dias úteis. “Além disso, a safra de soja está sendo escoada mais cedo este ano. Em abril de 2017, foram embarcadas 10,4 milhões de toneladas ante 10,26 milhões de toneladas no mês passado”, destacou.

Brandão citou ainda a queda de 15% no preço do minério de ferro ante abril de 2017, mas ponderou que o preço do produto vem se recuperand­o ao longo dos últimos meses. “Há também queda na exportação de açúcar em bruto pelo aumento da oferta mundial, e por isso há inclusive uma tendência de aumento da produção de etanol.”

Por outro lado, o aumento do preço internacio­nal do barril de petróleo mais que compensou a redução do volume exportado pelo Brasil de janeiro a abril deste ano. No primeiro quadrimest­re, a quantidade exportada de petróleo em bruto caiu 7%, mas o preço subiu 15,5% em relação ao mesmo período do ano passado, o que resultou em aumento de 24,2% no valor vendido.

Pelo lado das importaçõe­s, ele afirmou que em abril continuou a trajetória de cresciment­o das compras do exterior, puxada pelo aqueciment­o da atividade econômica. Mas a valorizaçã­o do dólar, encarecend­o as compras, traz dúvidas se a entrada de importados no Brasil manterá a cadência nos próximos meses, diz o economista da Tendências Silvio Campos Neto.

“Espera-se que as importaçõe­s cresçam mais. Mas agora temos de começar a avaliar que impacto poderá acontecer nas importaçõe­s se essa mudança na taxa de câmbio for definitiva. Pode haver uma moderação no ritmo de importação", afirma o analista.

No ano, o superávit comercial soma US$ 20,090 bilhões. Em 2017, o resultado nos quatro primeiros meses do ano foi positivo em US$ 21,365 bilhões.

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