Jornalista filipina é homenageada em Portugal
Começou ontem, em Estoril, Portugal, o Congresso Mundial de Imprensa e Fórum Mundial de Editores, que neste ano homenageia a jornalista filipina Maria Ressa com o prêmio Caneta de Ouro da Liberdade.
A jornalista aceitou o prêmio com um discurso com severas críticas ao presidente de seu país, Rodrigo Duterte, e com um questionamento sobre o papel do Facebook na proliferação de discursos de ódio.
Em seus comentários, Maria disse que, nos últimos dois anos, a imprensa filipina vem lutando contra um governo que alterou a Constituição do país e que tenta silenciar todas as vozes dissonantes.
No caso do Facebook, a jornalista disse que existe um fato positivo e um negativo: por um lado, a rede social permitiu o rápido crescimento do site Rappler, do qual Maria Ressa é cofundadora e CEO. Por outro, lembrou ela, o Facebook “foi também o campo de batalha para discursos de ódio incentivados pelo Estado, com o objetivo de silenciar as vozes críticas”.
Repressão. Ao se opor ao governo, o Rappler tem enfrentado diversas ações judiciais, investigações tributárias e administrativas com o objetivo de impedir suas atividades. No caso mais conhecido, o órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no país revogou o registro de pessoa jurídica do site – uma decisão que o Rappler continua a combater na Justiça.
“Honramos uma jornalista corajosa, uma pioneira da mídia e uma pessoa que acredita no poder da prática do jornalismo”, disse Dave Callaway, presidente do Fórum Mundial de Editores, sobre Maria Ressa.