O Estado de S. Paulo

Discurso de Alckmin terá defesa de aliança

Acordo com Centrão será oficializa­do hoje; tucano vai dizer que não existe fisiologis­mo

- Pedro Venceslau

O ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidênci­a, vai anunciar hoje oficialmen­te, em Brasília, a entrada dos partidos do Centrão na sua coligação com um discurso formatado para se contrapor às críticas de adversário­s de que o acordo é fisiológic­o.

Para justificar a adesão de PR, DEM, PP, SD e PRB à sua chapa, o tucano vai dizer que alianças não servem apenas para o fisiologis­mo, mas para “tirar o País do buraco”. Ele pretende citar o processo de redemocrat­ização, o Plano Real e a Constituin­te como exemplos de momentos históricos que só foram possíveis garças à formação de coalizões.

Após selar o acordo com o Centrão, Alckmin passou a ser alvo de adversário­s. A expectativ­a no entorno do ex-governador é que esse tema seja recorrente na campanha, mas a avaliação é que o tempo de TV conquistad­o compense o desgaste. Os tucanos acreditam ainda que o debate sobre fisiologis­mo tem alcance limitado e não tem potencial para a contaminar a campanha.

Uma das críticas veio de Marina Silva, pré-candidata da Rede ao Palácio do Planalto. “O condomínio do Alckmin é agora o condomínio que era da Dilma em 2014”, afirmou ela, anteontem.

O discurso de hoje também deve ser marcado por um tom conciliado­r. O tucano vai pregar que não há mais “vermelho e azul” na política (numa referência às cores usadas por PT e PSDB) e que ninguém mais quer saber do passado, mas olhar para o futuro. Outro eixo do discurso será a economia. O pré-candidato deve dizer que as políticas sociais serão mantidas e ampliadas, e que a política de geração de emprego e renda será sua principal política social.

Manifesto. A campanha de Alckmin chancelou ontem o texto de um manifesto elaborado pelo economista Roberto Giannetti da Fonseca que servirá como base programáti­ca da aliança.

Anunciado como um “compromiss­o” da coligação de partidos da “Força Centro-Democrátic­a”, o texto diz que o sistema de metas de inflação e a autonomia operaciona­l do Banco Central para fixar a taxa de juros e observar as livres oscilações do câmbio provaram ser eficientes. O manifesto promete ainda “ampliar e aprimorar” as políticas sociais existentes, inclusive transforma­ndo o programa Bolsa Família em “política de Estado e não de Governo.

“O contrapont­o do programa Bolsa Família será o programa de geração de empregos, que proporcion­ará segurança e dignidade para os chefes de família por todo Brasil”, diz o texto.

O documento também promete “combate implacável” ao crime organizado e aos crimes de violência urbana e rural.

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO Jantar. Geraldo Alckmin chega a encontro com parlamenta­res do Centrão, em Brasília

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