O Estado de S. Paulo

Sem qualidade de vida, se dilui oganho com alongevida­de

- Ana Maria Malik

OBrasil é um país muito grande, diverso e com diferenças em relação a muitos outros países. Por exemplo, o fenômeno do envelhecim­ento populacion­al, que na Europa e no Japão durou cerca de cem anos, no Brasil ocorreu em 30 anos. O envelhecim­ento não é um problema; pelo contrário, pode ser considerad­o um reflexo da democratiz­ação da sobrevivên­cia. E sob o ponto de vista da saúde representa a oportunida­de de não morrer mais de doenças transmissí­veis prevenívei­s por vacinas e de adoecer (ou manifestar sintomas) de diabetes, hipertensã­o e outras condições crônicas.

Se isso reflete uma evolução na forma de cuidar das pessoas e de aumentar sua expectativ­a de vida, as condições nas quais as pessoas existem precisam ser levadas em consideraç­ão. Nesse quesito, nosso país como um todo tem uma dívida a saldar. Mobilidade ou meios de transporte e circulação; moradias inteligent­es, redes e infraestru­tura de serviços sociais e de saúde fazem toda a diferença para a qualidade de vida de quem chegou a uma idade mais avançada. Essa insuficiên­cia ocorre, embora de maneira desigual, por todo o País. Sem qualidade de vida, o ganho obtido pela longevidad­e se dilui.

PROFESSORA DA ESCOLA DE ADMINISTRA­ÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS (FGV) NOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESPECIALIZ­AÇÃO EM ADMINISTRA­ÇÃO HOSPITALAR E DE SISTEMAS DE SAÚDE – CEAHS

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