O Estado de S. Paulo

‘Discrimina­ção? Acho que sim’

Serena Williams reclama da quantidade de exames antidoping. Pesquisa mostra que ela é a mais testada nos EUA

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De volta ao circuito profission­al neste ano após o nascimento de sua filha em 2017, a tenista norte-americana Serena Williams reclamou mais uma vez ontem, em suas redes sociais, de sofrer discrimina­ção. Após passar por mais um exame antidoping “surpresa”, a ex-número 1 do mundo acredita que tem sido testada além da conta.

“E chegou a hora do dia de passar ‘aleatoriam­ente’ pelo antidoping. E eles só testam a Serena. Entre todas as jogadoras, está provado que sou a mais testada. Discrimina­ção? Acho que sim. Ao menos continuare­i mantendo o esporte limpo. Estou pronta para fazer o que for preciso para ter um esporte limpo, então venham. Estou pronta”, escreveu Serena Williams em seu Twitter.

Um relatório publicado pelo site de notícias Deadspin mostrou que em 2018, somente até o mês de junho, Serena Williams já tinha realizado cinco testes antidoping pela Usada (Agência Norte-americana Antidoping, na sigla em inglês). Mais do qualquer outro tenista dos Estados Unidos.

E este não é o primeiro desabafo da tenista em relação aos organismos de controle antidoping. No início do ano, Serena Williams pediu para “testarem todos de forma igual”. Dona de 23 títulos de Grand Slam em simples, ela não costuma aliviar em suas palavras. Em 2017, afirmou que, talvez por ser negra, fosse percebida como uma pessoa má. No mês de junho, ela teria se negado a realizar um exame em sua casa.

Pouco antes de seu desabafo, Serena Williams havia confirmado que voltará às quadras no início do próximo mês para a disputa do Torneio de Montreal, no Canadá. A ex-número 1 do mundo recebeu um convite para participar da competição, que contará com as principais tenistas do circuito.

O torneio canadense, de nível Premier, terá início no dia 3 de agosto. Será o retorno de Serena Williams às competiçõe­s desde o seu vice-campeonato em Wimbledon, há 10 dias, em Londres. Na final, ela foi batida pela alemã Angelique Kerber.

Apesar da derrota, Serena Williams surpreende­u porque vinha sem ritmo de jogo, sem maiores expectativ­as para jogar na famosa grama londrina. Desde que a sua filha nasceu, em setembro de 2017, a ex-líder do ranking disputou apenas quatro torneios em simples. Mesmo assim, chegou à final de Wimbledon.

Federer. Serena não está sozinha em sua reclamação em relação ao excesso de testes antidoping. As autoridade­s estão de olho em outros campeões. O suíço Roger Federer afirmou que teve amostras de sangue e/ou urina coletadas sete vezes no mês de junho antes da disputa do Torneio de Wimbledon do qual foi eliminado nas quartas de final. O suíço reagiu com bom humor e revelou que um dos examinador­es é praticamen­te seu vizinho.

“Um examinador mora no mesmo vilarejo em que moro da Suíça, então é muito convenient­e. Se ele está entediado em casa, ele provavelme­nte só diz: “Deixa eu ver se Roger está se divertindo”, brincou.

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TOBY MELVILLE/REUTERS-14/7/2018 Irritação. Serena reclama da quantidade de exames antidoping que fez

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