Indústria siderúrgica brasileira reduz projeções para 2018
Instituto Aço Brasil diz que não há movimento no País para proteger mercado, ao contrário do resto do mundo
Em um momento em que o mundo amplia o seu protecionismo, o Brasil anda na contramão e não se movimenta no sentido de proteger o seu mercado interno, afirmou o presidente da Usiminas e vice-presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil (IABr), Sergio Leite. O executivo assumirá no próximo mês a presidência do conselho diretor da entidade, no lugar de Alexandre Lyra, que é presidente da Vallourec. “Nós somos contra o protecionismo, defendemos a isonomia, mas questionamos se o Brasil poderá desejar ser liberal em um mundo protecionista”, disse Leite.
O IABr revisou para baixo ontem suas estimativas para o setor para este ano, por causa do protecionismo global e também dos efeitos da greve dos caminhoneiros, no fim de maio.
Para o executivo, a indústria brasileira não é uma prioridade do governo. “O cenário que a indústria vive é de perda de participação. A participação no PIB registra uma queda gradativa. O Aço Brasil tem estimulado o debate em torno dessa questão.”
O presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, disse que o assunto tem sido levado às equipes econômicas dos candidatos à Presidência. Segundo ele, com exceção dos programas de Ciro Gomes e Marina Silva, o restante tem consenso em questões que devem ser endereçadas, como as reformas da Previdência e trabalhista e privatizações.
Estimativas. O IABr reduziu suas estimativas para o ano, depois de uma série de impactos, como os provocados pela greve dos caminhoneiros. A entidade acredita que a produção de aço bruto no Brasil deverá subir 4,3% para 35,8 milhões de toneladas, ante uma estimativa anterior de 8,6%.
As vendas internas de aço devem crescer 5% neste ano, para um volume de 17,7 milhões de toneladas. A projeção anterior era de aumento de 6,6%. Em relação às exportações, em volume, a estimativa atual é de queda de 0,6%, para 15,3 milhões de toneladas, ante previsão anterior de aumento de 10,7%. Em valores, contudo, tendo em vista a valorização do dólar, o aumento deverá ser de 18,3%, sendo que a projeção anterior era de crescimento de 27,7%.