JUDICIÁRIO
Reajuste salarial
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski – aquele que suspendeu sua licença de saúde no último dia de 2017 para derrubar um ato legítimo e exclusivo do presidente da República sobre aumento de salários e que rasgou a Constituição permitindo a elegibilidade de Dilma Rousseff –, agindo como um sindicalista, defende incluir o reajuste salarial dos ministros (ganham tão pouco!) no Orçamento. Associações de juízes e promotores defendem o aumento no Judiciário alegando “insuportável perda monetária”. Minha sugestão: criar uma fábrica de dinheiro só para atender àquele Poder e deixar que o resto do País despenque de vez no precipício com a crise fiscal.
ÉLLIS A. OLIVEIRA elliscnh@hotmail.com
Cunha
Toga indigente
Coitadinhos, juízes e procuradores querem mais grana. Reclamam de ‘insuportável perda monetária” nos holerites. Juízes, procuradores, desembargadores, ministros dos chamados tribunais superiores argumentam que ganham mal, apesar dos apêndices provocadores como o auxílio-moradia, as férias de 60 dias, o recesso de fim de ano. Devem acreditar que justo é o salário mínimo. Ensina-se, nas faculdades de Direito, que o Judiciário é um poder provocado. Isto é, só age por provocação. Penso que é provocador. Provocador, por exemplo, da insuportável insegurança jurídica que flagela os brasileiros. Do clima de rinha pobre vivido no STF ao desembargador gaúcho que mandou às favas os escrúpulos da toga e as instâncias judiciárias na tentativa de soltar na marra o presidiário lavador de dinheiro Lula da Silva, a proteção jurisdicional do Estado é uma questão de privilégio ou de posses do jurisdicionado de primeira classe.
JOSÉ MARIA LEAL PAES myguep23@gmail.com
Belém
O sonho de legislar
A população brasileira tem um sonho incontido de poder legislar em causa própria, como fazem o Congresso e o Judiciário, que decidem sobre o reajuste de seus próprios vencimentos. Para eles, qualquer “perda” é recuperada imediatamente. Imaginem os senhores que o “reajuste” proposto pelo polêmico Lewandowski será de “apenas” 16%, oito vezes mais que os pobres aposentados. Isso sem falar, é claro, dos auxílios de toda sorte e de um salário que se aproxima dos R$ 40 mil, tudo debitado na nossa conta. Enquanto essas aberrações e afrontas continuam, a indignação popular cresce vertiginosamente. E as consequências disso são imprevisíveis. Oxalá o novo presidente vá a fundo na questão orçamentária, porque o descontrole das contas passa, sem sombra de dúvidas, pelo custo exagerado das nossas instituições. ELIAS SKAF eskaf@hotmail.com
São Paulo