Reajuste imoral
Mais uma vez constatamos que o Poder Judiciário está de costas para o Brasil. Como se não bastasse a profundidade da atual crise econômica, política e social, a sociedade é surpreendida pela proposta de reajuste salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), de 16,38%. Esse reajuste, sobre aquele de 2015 (14,6%), eleva os salários da Corte em aproximadamente 33%. Em igual período, verifica-se que o IPCA/IBGE se ajustou em 23%. Que tal? E temos mais. A recorrente consequência será o reajuste em cascata para o restante do Judiciário, o que elevará em mais R$ 771 milhões o orçamento desse Poder. Atravessamos a mais trágica quadra desde 1889. Mas nada, absolutamente nada, demove pelo menos a maioria dos ministros de atuarem em causa própria. Uma afronta e um desrespeito com aqueles já tão sofridos da população, muito além dos 13 milhões de desempregados, que, mesmo assim, pagarão esta conta imoral.
JOSE ANTONIO S. BORDEIRA bordeira@compuland.com.br Petrópolis (RJ) Como devem se sentir os milhões de trabalhadores brasileiros que recebem o salário mínimo (de fome), com reajuste de 1,8%? E, pior ainda, os milhões de desempregados? Esta é a escravatura do século 21?
LUIGI VERCESI luigiapvercesi@gmail.com Botucatu Considerando a questão do salário dos ministros e o teto do funcionalismo público, deveríamos ser mais realistas e lógicos. Levando em conta como foi criado o salário mínimo e sua destinação, por que não fixar o teto do salário dos ministros e do funcionalismo em 30 vezes o valor do salário mínimo? Assim, esta casta receberia em um dia o que o pobre (a maioria do povo brasileiro) recebe em um mês de salário. Também o pagamento dos penduricalhos deveria ser extinto, levando em conta o objetivo para o qual o salário mínimo foi criado: suportar moradia, lazer, vestuário, higiene, etc. Talvez assim poderíamos moralizar um pouco este país.
CLAUDIO MAZETTO cmazetto@ig.com.br
Salto É revoltante! Enquanto se discute o reajuste de 16,38% dos ministros do STF, os aposentados continuam de caneca na mão esmolando algum aumento, que nunca vem.
MIGUEL GROSS mgross509@gmail.com
São Paulo