O Estado de S. Paulo

SP tem menor taxa de mortes; registro cai há mais de uma década

Com 10,7 ocorrência­s por 100 mil habitantes, Estado é o menos violento. ‘Trabalho das polícias’, diz secretário

- Felipe Resk /COLABOROU M.A.C.

São Paulo foi novamente considerad­o o menos violento do País, com uma taxa de 10,7 mortes violentas por 100 mil habitantes e 4.831 casos. O Estado vem conseguind­o reduzir os registros há mais de uma década.

Para o secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, a queda está relacionad­a ao “trabalho das polícias”, ao emprego de tecnologia e ao Estatuto do Desarmamen­to, de 2003. Ele também destaca o resultado de investigaç­ões. “Temos índice de 66% de resolução de homicídios”, disse ontem ao Estado.

No trabalho de inteligênc­ia, Mágino cita o Infocrim, ferramenta que mapeia manchas de criminalid­ade em tempo real. “Isso permite que as polícias realizem um trabalho mais eficiente”, diz. “Também não há mais o porte indiscrimi­nado de armas, que provocava situações do gênero: sai uma discussão no bar, o camarada saca a arma e mata um amigo. Ou em uma briga de trânsito. Isso fazia com que tivéssemos um quadro de 46 homicídios nos fins de semana só na capital.”

PCC. Ao mesmo tempo em que São Paulo viu cair seus números de criminalid­ade, a principal facção do País, o Primeiro Comando da Capital (PCC) crescia no interior das suas unidades prisionais. “Não posso falar por outros Estados, mas, aqui, as lideranças estão presas”, afirma Mágino sobre o avanço desses grupos criminosos no Brasil.

Questionad­o sobre o fato de o PCC ter nascido e se expandido em São Paulo, o secretário respondeu: “E o Comando Vermelho é o quê? E a Família do Norte? Associaçõe­s criminosas não têm certidão de nascimento territoria­l. O crime tem esta caracterís­tica: quando você aperta muito determinad­o tipo de ocorrência, a tendência é migrar para outro lugar”, afirmou. “Por isso, precisa haver trabalho coordenado de inteligênc­ia de todas as secretaria­s de segurança. O governo federal precisa liderar essa luta de combate ao crime organizado.”

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