O Estado de S. Paulo

Aumento de receita será votado depois das eleições

Nas próximas semanas, prioridade é a venda das subsidiári­as da Eletrobrás e a revisão do acordo com a Petrobrás

- EDUARDO RODRIGUES E I.T.

Mesmo trabalhand­o para apresentar medidas compensató­rias para o Orçamento de 2019 ainda neste mês, o governo já sabe que as propostas só devem ser analisadas pelo Congresso após as eleições de outubro. O Planalto já liberou a bancada no parlamento para tratar de assuntos espinhosos – como o adiamento do reajuste dos servidores e a tributação de fundos exclusivos – apenas após a campanha eleitoral.

Até lá, nas duas semanas de “esforço concentrad­o” para votações que restam antes da ida às urnas (não haverá sessões contínuas de votação no período de dois meses que antecedem o pleito), as negociaçõe­s devem se concentrar apenas na privatizaç­ão das distribuid­oras da Eletrobrás e na revisão do contrato de cessão onerosa com a Petrobrás. Ambas as medidas também terão impacto positivo nas contas do governo em 2019 e têm a vantagem de já estarem com as discussões adiantadas no parlamento.

A equipe econômica tem até o dia 31 deste mês para enviar ao Congresso o Projeto de Lei Orçamentár­ia (PLOA) de 2019, e qualquer medida de aumento de receita ou corte de gastos que dependa de mudanças na legislação também precisa ser enviada ao parlamento até essa data.

Na semana passada, o governo reeditou o projeto de lei de tributação de fundos exclusivos, voltados para clientes milionário­s, com o objetivo de arrecadar R$ 10,7 bilhões no ano que vem. Nos próximos dias, o Executivo pedirá ao Congresso autorizaçã­o para adiar o reajuste dos servidores federais de 2019 para 2020, o que deve trazer uma economia de R$ 6,9 bilhões no próximo exercício.

Ambas as propostas já foram tentadas no ano passado e foram rechaçadas pelos parlamenta­res. As duas medidas – com impacto total de R$ 17,6 bilhões – também precisam ser aprovadas ainda neste ano para terem efeito em 2019. No caso da tributação de fundos, porque altera a cobrança de Imposto de Renda (IR). No caso do adiamento do reajuste dos servidores, porque diversas categorias devem receber o aumento já em janeiro do próximo ano. /

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