O Estado de S. Paulo

Cautela com eleição faz dólar atingir maior valor em 3 semanas

Bolsa teve nova queda com expectativ­a com primeiro debate de candidatos à Presidênci­a e cenário externo negativo

- DIAS E SIMONE CAVALCANTI / PAULA

Influencia­do pelo cenário externo negativo e pela cautela com a eleição presidenci­al no Brasil, o dólar fechou o dia com alta de 1%, cotado a R$ 3,80 ontem, o maior valor em três semanas. Sanções impostas pelos Estados Unidos à Rússia e à Turquia, além da crescente disputa entre Washington e Pequim, afetaram a cotação da moeda americana também no exterior.

O índice DXY, que mede o dólar em relação a seis divisas fortes, alcançou 95,504 pontos, o maior nível em mais de um ano. Entre os emergentes, no fim do dia, o dólar tinha alta de 4,65% ante a lira turca e de 2,33% ante o rand sul-africano.

A expectativ­a com o primeiro debate entre os candidatos à Presidênci­a da República, ontem à noite, fez o Ibovespa encerrar a sessão em baixa de 0,48%, aos 78.767,99. Além disso, contribuír­am para esse fechamento resultados negativos, como os da Suzano, que teve prejuízo acima do previsto, e os papéis de Cosan e da Braskem. “Já ingressamo­s naquele período em que o mercado se torna muito sensível a debates e pesquisas eleitorais”, disse Hideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora.

Também teve impacto sobre a atuação dos investidor­es a preocupaçã­o com o ajuste fiscal depois que o Supremo Tribunal Federal propôs aumentar os salários de seus ministros no ano que vem, o que pode gerar uma fatura extra de até R$ 4 bilhões.

Limitou a queda da Bolsa de São Paulo o desempenho das ações de Banco do Brasil ON (2,97%) e a influência praticamen­te neutra do mercado acionário de Wall Street, onde os principais índices se mantiveram perto da estabilida­de, à exceção do Dow Jones, que encerrou o pregão em baixa de 0,29%.

Entre as principais ações negociadas na B3, a Petrobrás ON encerrou em leve alta de 0,09% enquanto os papéis preferenci­ais avançaram 0,99%. Na contramão, caíram Vale ON (1,07%), Itau Unibanco PN (0,53%) e Bradesco PN (-1,04%).

Frete. Empresas de alimentos se destacaram negativame­nte no Ibovespa depois que o presidente Michel Temer sancionou a lei que determina o tabelament­o do frete para transporte rodoviário de cargas. Entre as principais quedas da B3 ontem aparecem Marfrig ON (4,02%), JBS ON (-3,92%, na mínima) e BRF ON (-3,06%) e Minerva ON (-3,30%).

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