O recado turco
O abalo econômico da última semana, com epicentro em Ancara – e que teve impacto maior em países com déficits cavalares como o Brasil –, serve como boa advertência aos nossos presidenciáveis sobre a imprescindibilidade de o Estado nacional levar a cabo reformas profundas e corajosas a partir de janeiro de 2019. Assim como o Brasil, a Turquia vai igualmente mal das pernas em sua gestão fiscal e os agentes econômicos, no mundo globalizado em que vivemos, vendo o “andar da carruagem”, terminam por antecipar movimentos, causando choques como o que acabamos de sentir. Se aconteceu com eles – queda de 30% na cotação da lira turca em poucos dias –, pode perfeitamente acontecer conosco amanhã, caso o novo presidente transmita uma sinalização enviesada aos mercados. Sendo assim, seria de todo conveniente que desde já nossos postulantes à cadeira de presidente da República dissessem em alto e bom som sobre seus planos para a redução do déficit público, a diminuição para valer do tamanho de nosso mastodôntico Leviatã, com medidas que ajustem receitas e despesas e outras no mesmo sentido que tranquilizem os agentes econômicos, gerem confiança nos mercados e atraiam os indispensáveis investimentos privados, nacionais e internacionais, aptos a colocar o Brasil no rumo virtuoso, após a devastadora passagem do lulopetismo pelo poder.
SILVIO NATAL silvionatal49@gmail.com
São Paulo