Após ataque, Maduro pede ajuda do FBI
Chavista afirma que atentado contra ele partiu da Flórida e pergunta se Trump ‘fará justiça’
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, abriu a possibilidade ontem de os Estados Unidos cooperarem na investigação do suposto atentado contra ele, ocorrido há pouco mais de uma semana. Na ocasião, dois drones explodiram perto de um local onde Maduro discursava em um desfile militar em Caracas. O chavismo culpa a oposição pelo atentado.
“Se o governo dos Estados Unidos ratificar a oferta de cooperação do FBI para a investigação dos vínculos na Flórida com o plano do assassinato, eu aceitaria, estaria de acordo que o FBI viesse”, garantiu o presidente, no sábado. “Trump vai proteger os grupos terroristas, ou será feita a justiça?”
Segundo Maduro, na Flórida há “células terroristas” coordenadas por Osman Delgado Tabosky, filho de um empresário de mídia venezuelano que vive nos EUA. Ele teria financiado e dirigido a detonação dos drones. “É da Flórida que se ativa a explosão”, disse Maduro.
Ontem, centenas de pessoas protestaram em Caracas pela libertação de Juan Requesens, líder opositor preso na semana passada acusado de envolvimento no suposto atentado. Na manifestação, parentes do opositor disseram que nem eles nem seus advogados puderam ver Requesens. “Meu filho está desaparecido”, denunciou Gregorio Requesens, pai de Juan.
Ainda ontem, o governo da Venezuela divulgou um vídeo em que Requesens diz, na prisão, ter tido contato com Rayder Alexander Russo, suposto responsável por treinar os agressores na Colômbia.
A oposição denunciou que o político foi ameaçado ou drogado. “Requesens foi, sem dúvida alguma, torturado. A tortura branda existe e significa ameaçar, amedrontar e até, quem sabe, drogar uma pessoa para conseguir dela o que se espera”, afirmou o deputado Juan Andrés Mejía na manifestação.