Após Lazio, outra torcida veta mulher na primeiras filas
Desta vez, a iniciativa envolve clube da Série C, o Siracusa; em protesto, a torcida feminina do time encerrou as atividades
Assim como a Lazio, a torcida organizada do Siracusa Calcio, que milita na Série C do futebol italiano, proibiu ontem que mulheres assistam aos jogos nas primeiras filas do setor que ela ocupa no estádio do clube localizado na Sicilia.
A proibição foi noticiada pelos integrantes da “Curva Anna’’, que também se solidarizaram com a ação da torcida organizada da Lazio, na qual os radicais “orientaram’’ as torcedoras a “se sentarem a partir da décima fileira’’ do setor que ocupam no tradicional estádio Olímpico de Roma.
“A Curva Anna Siracusa se alinha com a declaração emitida pela Curva Nord da Lazio. Os assentos na primeira fila sempre foram ocupados por aqueles que vivem a experiência da curva, não há sexismo ou discriminação contra as mulheres’’, afirma o comunicado dos torcedores radicais do Siracusa.
Os torcedores tentam se justificar e jogam para a direção do clube a responsabilidade pela iniciativa, alegando que ela foi tomada a partir de uma determinação dos dirigentes: “Este ano, no entanto, com base nas decisões tomadas pela direção do clube, os lugares para as mulheres na Curva Anna serão recuados’’, diz o folheto.
No entanto, os torcedores não dizem o que foi feito para fundamentar a medida.
A decisão deixou as torcedoras do Siracusa revoltadas, e a organizada feminina do clube siciliano, as “Aretusee’’, anunciou sua dissolução. “Nós expressamos nossa decepção e, apesar dos sacrifícios feitos para estarmos sempre presentes ao lado de nossos irmãos, estamos dobrando nossa bandeira e declarando que o grupo acabou’’, afirmou.
O Siracusa manda seus jogos no Estádio Nicola De Simone, na Sicília, local que tem capacidade para quase 6 mil pessoas.
Os torcedores organizados da Lazio proibiram as mulheres de assistirem à estreia do clube na Série A, diante do Napoli, no Curva Anna
último sábado, nas cadeiras mais próximas do gramado no Estádio Olímpico, pois o local seria “sagrado’’ para os ultras. Por causa da medida, a Procuradoria da Federação Italiana de Futebol (Figc) abriu uma investigação contra a Lazio, e o clube pode ser multado ou ter de jogar com portões fechados.