O Estado de S. Paulo

Com placar de 4 a 3, STF adia decisão sobre terceiriza­ção

- BRASÍLIA

Depois da terceira sessão dedicada ao tema, o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma no dia 29 o julgamento sobre terceiriza­ção irrestrita. Até o momento, o plenário se divide entre quatro votos favoráveis a empresas poderem terceiriza­r todas as atividades, e três contrários. Os ministros analisam a questão através de duas ações apresentad­as à Corte antes das alterações legislativ­as de 2017, que autorizam a terceiriza­ção de todas as atividades.

Defendem a possibilid­ade de empresas contratare­m terceiriza­dos para inclusive atividades-fim os ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli. Barroso e Fux, que votaram na última quarta, são os relatores das duas ações analisadas pela Corte. Uma delas, por ter repercussã­o geral, irá destravar cerca de 4 mil processos trabalhist­as ao final do julgamento.

As ações em pauta no STF contestam decisões da Justiça do Trabalho que vedam a terceiriza­ção de atividade-fim baseadas na súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Antes da Lei da Terceiriza­ção e da Reforma Trabalhist­a, a súmula era a única orientação dentro da Justiça do Trabalho em torno do tema. No entanto, mesmo após às inovações de 2017, tribunais continuara­m decidindo pela restrição da terceiriza­ção, com base no texto do TST.

A ala de ministros favorável à terceiriza­ção irrestrita ressaltou que as amplas proibições impostas pela Justiça do Trabalho ferem os princípios da livre iniciativa e da livre concorrênc­ia. A ala contrária considera que a liberação precariza as relações de emprego.

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