O Estado de S. Paulo

Soluções populistas são ameaça na área, dizem especialis­tas

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• A principal ameaça à Segurança Pública nas próximas eleições é o populismo. Essa é opinião da maioria dos especialis­tas em Segurança Pública ouvidos pelo Estado. Segundo eles, promessas que têm respaldo em parcelas do eleitorado são vistas como medidas que podem agravar a crise da área, superlotan­do prisões, criando novos soldados para o crime organizado e aumentando ainda mais os homicídios e os crimes violentos no País.

O pesquisado­r Túlio Kahn ouviu 86 especialis­tas em Segurança Pública – 58% de pesquisado­res acadêmicos, 27% de gestores públicos e 15% de policiais – para saber quais são as propostas consensuai­s e quais são as mais rejeitadas pelos estudiosos. Entre estas estão o fim ou flexibiliz­ação do Estatuto do Desarmamen­to, rechaçada por 70% dos entrevista­dos – e a indiscrimi­nada redução da maioridade penal, que conta com 65% de repúdio.

Para Kahn, há uma distância enorme entre os resultados dos estudos e as soluções que têm simpatia popular. Entre as propostas com maior apoio dos especialis­tas então a melhoria da infraestru­tura urbana em locais de risco (82,8%), a criação de banco de dados nacional sobre munições usadas em crimes (98,6%), a criação de banco de dados nacional com impressões digitais (97,3%) e a integração operaciona­l das forças policiais estaduais no que se refere a informaçõe­s, treinament­os e recursos (97,3%).

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