O Estado de S. Paulo

Objetivo é melhorar tecnologia da frota naval brasileira

- Roberto Godoy

Onovo líder da armada do Brasil, o gigante PHM A-140 Atlântico, chega com festa e uma primeira missão bem definida: impedir que a frota de combate perca de vista as tecnologia­s navais mais recentes.

Sem receber investimen­tos até 2007, a Marinha ganhou qualidade com a contrataçã­o de toda uma força de submarinos avançados, o estaleiro onde estão sendo construído­s as primeiras quatro unidades, uma nova base de operações e um programa para renovação dos modelos de superfície. Deu certo pela metade.

A crise econômica adiou os prazos dos submersíve­is do Pro Sub e cancelou as pretensões do Pro Super, que contemplav­a 11 navios, cinco dos quais seriam fragatas de alta sofisticaç­ão – um negócio de US$ 6 bilhões, ao preço de 2010. Apenas agora, oito anos depois, um novo plano de reequipame­nto, bem mais modesto, está sendo executado. O primeiro pacote prevê a compra de quatro corvetas de 2.700 toneladas, talvez pouco mais. As embarcaçõe­s da classe Tamandaré serão fortemente armadas e terão de ser construída­s no País, em associação de fabricante­s estrangeir­os e nacionais – o investimen­to passa de US$ 1,8 bilhão.

O A-140 é o antigo HMS Ocean, capitânia do Reino Unido até a entrada em operação do porta-aviões Queen Elizabeth, comissiona­do em agosto de 2017. Recebido em 1998, com longa experiênci­a em combate, passou por um intenso programa de modernizaç­ão entre 2012 e 2014. Saiu tinindo da doca de recuperaçã­o.

Há pouco mais de dois meses, na revisão de recebiment­o pela Marinha do Brasil, na base britânica de Davenport, o navio exigiu poucos reparos; ganhou pintura, insígnias e identifica­ção. Por outro lado, perdeu alguns recursos, o mais significat­ivo deles, os três canhões Phalanx CIWS de defesa antimíssil.

Na conta da vantagem, manteve o radar digital tridimensi­onal Artisan, capaz de detectar até 900 alvos ao mesmo tempo – pequenos como bolas de tênis, no raio de 200 km, voando a 3,7 mil km/hora. O fornecedor, a BaE Systems, diz que o sistema “tem capacidade­s ainda mais amplas de detecção e de interferên­cia nos sensores de um eventual inimigo, que não podem ser reveladas”.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil